SENTA, DEITA, ROLA, FAZ DE MORTO

Ontem foi dia de PIB. Hoje é dia de Desemprego. Para começo de conversa, é incrível como um inscrito no IEFP, que nem sequer beneficia de qualquer subsídio, receba uma carta que é, além de um monumento ao Mau Português, uma servil forma de varrer desempregados das estatísticas e assim suavizar o seu número real. É assim que se chuta gente para canto e se varre gente para debaixo do tapete das políticas por incúria. São políticas erradas e desumanas com as quais se trata mal pessoas comuns e concretas lá, onde há todo o zelo para com a Banca e muito mais zelo para com as MegaEmpresas cuja gratidão com Cargos é infinita para políticos amiguinhos. Há uma máfia de ladrões no Poder em Portugal, capaz de tudo, de pisotear toda a gente, para parecer bem na fotografia política imediata e não se lhes pode perdoar isso, votando nos mesmos aselhas que governam com o melhor lado e a melhor pose, bem longe da realidade. A esses, muitas vezes as estatísticas são o cão treinado, obediente, que senta, deita, rola, faz de morto, na hora eleitoral. A carta do IEFP é esta: «Na sequência da sua inscrição para emprego, informamos que ainda não nos foi possível satisfazer o seu pedido de emprego. Se continuar interessado, queira devolver-nos este postal devidamente preenchido, no prazo de dez dias a contar da data do correio. Se não responder procedemos à anulação da sua inscrição [no IEFP]Tal sanha de limpar estatísticas e as que o INE hoje actualiza e divulga dão conta da miséria imparável, em honra da qual o Ainda-PM gastou 1000 euros/dia nas suas férias solidárias com os portugueses na magnífica ilha espanhola de Menorca. Há manifestamente um problema grave em Portugal que faz um Ainda-PM, esse Sócrates Maneirento, ter um Completo Orgasmo Propagandesco por causa de 0,3% de crescimento do PIB num trimestre e, calando fundo, não fazer a mais pequenina ideia de como activar o emprego [certas empresas quanto maiores são, menos empregam, Continente e Jumbo têm, como Caixas, Máquinas em vez de funcionários, o que em tempos destes é ultra-repugnante] ou, pelo menos, minimizar o impacto de ele-desemprego nas vidas de mais de meio milhão de portugueses, hoje sem o escape da Agricultura Desmantelada pela mediocridade dos políticos, hoje sem alternativas, hoje sem oportunidades e sem esperança, a não ser fora de Portugal, para onde se pode ir abandonando mulher, abandonando filhos, retomando o velho fio condutor antigo, as velhas rupturas. Ancestral música miserável do costume: «A taxa de desemprego atingiu os 9,1 por cento no segundo trimestre deste ano. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que há, em Portugal, 507 mil pessoas sem emprego.»

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