O BICHO AINDA MEXE
Tive de aturar meses, anos, a doxa artificialesca de que o primeiro-ministro era um político incansável, imbatível e corajoso: há gente muito mal informada e isso paga-se caro. Corajoso? Imbatível? Incansável? Na defesa da sua base vampiresca de apoio, sem dúvida, base ainda intocada. Com o País atascado em consequência da sua imbecilidade extrema, ele ainda mexe, porém, nos palcos pífios do costume. Insuportavelmente. E para quê? Para o exercício da politiquice e da falta de senso à bolina da viabilização do Abominável Orçamento de Estado para 2011, tossindo, cagando e cuspindo para cima do PSD. Voltou o paleio politiqueiro nesta primeira intervenção na discussão do OE na Assembleia da República: há energia para queixinhas contra os «ultimatos» e as «ameaças» do maior partido da Oposição que antecederam um acordo «de boa fé». As contas públicas derraparam escandalosamente. O Governo humilhou Portugal na palavra dada e traída. No entanto, esse perdedor de tempo e falsificador do nosso futuro tem ainda voz para proclamar isto, a propósito das negociações de amor PS/PSD: «Perdeu-se tempo». Navegador de cabotagem à vista da sondagem, Sócrates não tem qualquer laivo de vergonha, mas também menos se tolera o seu primitivismo político cataventista, superficial, a sua sanha estéril de crispar e hostilizar o oponente e a sociedade como pura forma de fuga. Há muito que as instâncias internacionais não confiam nele e no seu Governo-Farrapo incompetente. O pior é o Povo Encornado: suporta mais esse sádico castigo supremo.
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