BELÉM E A ESPOSA DE CÉSAR

As notícias do Congresso do PS mostram não haver notícias do congresso PS a não ser a consagração da vozinha estridente e monótona de Maria de Belém para fazer as vezes de Almeida Santos (haja pachorra!). Se é verdade que se pode dizer tratar-se de uma figura modicamente exemplar, não deixou de cumprir um papelzinho meramente formalístico na célebre Comissão de Inquérito ao Sistema Bancário, vergando-se à diminuição pró-forma desse tipo de comissões afinal inúteis e folclóricas. Apuram a montanha da verdade mas depois parem os ratos da inconsequência. A absolvição de Constâncio e da sua ciclópica supervisão fracassada mostra a que ponto vai o País no capítulo da inconsequência. Há quem espere dela um zelo imaculado pela ética republicana, tarefa hercúlea: nunca foi tão traída nem prostituída senão nos quinze anos de governos socialistas, cuja gente, quando no exercício das mais altas funções de Estado, tirando Guterres, nunca conheceu o conceito 'demissão', mesmo quando a esposa de César dormia ostensivamente com o escravo privativo e membrudo. Enfim! Nada a dizer contra Carlos Zorrinho como líder parlamentar, figura simpática, inteligente, cordata, construtiva. Trata-se de um homem globalmente limpo, tirando a mancha terrível de ter cumpliciado os anos Sócrates. Boa sorte e bom trabalho!