FORTE APACHE. FORTE APOSTA

Confesso que não sou muito simpático da transitoriedade contextual dos blogues, especialmente os pessoais que me parecem merecer eternizar-se, se forem bons, assumidos e autênticos, emanações talentosas que são da personalidade, vivência, causas, carácter, de determinada pessoa. Dos blogues colectivos, submetidos por vezes a um administrador convidante, amabilíssimo inicialmente, mas logo espécie de patrão que lá vai comandando e condicionando os seus convidados como um deus, telefonema aqui, alerta ali, conspiração acolá, tenho uma reserva sustentada na amarga experiência da minha expulsão liminar do blogue 2711, acto estalinista absolutamente intolerante, evacuado como prostituta bíblica apedrejável pelos detentores da primeira pedra, escorraçado como cão lazarento, pontapeado para fora como leproso da opinião, criminoso da reduzida participação ou da divergência. Já lá vão meses, mas a ferida vai mal curada, confesso. Tal modo de actuar para com os próprios convidados não ocorre nos blogues da iniciativa de Pedro Correia. Refregas e diferenças que se dêem, qualquer divergência ou cisão, há sempre um comunicado diplomático decente emanado para o público. Assim se encerra a questão e se enterram os machados da discórdia. Veja-se, como excelente exemplo, a saída recente do blogger Sérgio de Almeida Correia, do belíssimo e riquíssimo Delito de Opinião. Sem dramas, sem sequelas, sem humilhados, sem vencedores, com honra, coisa que me foi negada no caso acima aludido. Se os blogues colectivos servem para liquidar colegas e ostracizar vozes desconfortáveis, bem mal vai esse oásis de paz podre e fraterna falsidade. Não acompanhei, por estar no Brasil, os motivos ou os não motivos para o encerramento do Albergue Espanhol. Óbito passado, vamos em frente: Pedro Correia inicia um novo projecto, Forte Apache, para já com Alexandre Guerra, Carla Faria, Fernando Moreira de Sá, Francisca Prieto, jfd, José Adelino Maltez, José Aguiar, João Gomes de Almeida, Luís Naves, Pedro Reis, Ricardo Vicente, Rodrigo Saraiva e Vasco Campilho. Os tempos são de combate derradeiro e cerrado à carga de sacrifícios e expiações colocadas sobre os portugueses pela Governação Mais-Além Passos Coelho, mas é preciso explicar porquê. É imperioso expor o que se pretende de bom. Importa indicar com clareza aonde é a nova viagem das nossas contas públicas, enquanto se resiste às invectivas dos que se acoitavam, venais, à sombra das amplas asas de morcego com que o socratismo mantinha os seus avençados da opinião e da bloga e agora transformam-se em virgens translúcidas, no ápice da inocência. Ei-los que rasgam as vestes e regressam à sensibilidade social, após seis anos de cínico pacto com a mentira e privilégio do próprio estômago. Um Forte, pois. O melhor reduto será aquele que se assume como tal e aceita com nobreza o sangue do massacre pelas ideias, mesmo contra os índios que clamam pelo direito à despesa como se o socratismo nos não tivesse conduzido às vascas da bancarrota, da qual ainda não estamos livres, e feito capitular a ditames estrangeiros. Portanto, longa vida e boa sorte ao Pedro, não sei se John Wayne se Kirby York nesta aventura, e boa sorte à restante cavalaria.

Comments

floribundus said…
forte é palavra de ordem.

apaches são índios meus vizinhos

felicidades
Já te respondi no Forte, meu caro: vamos a isso, marca data, local e hora (se possível almoço)!

Um abraço.

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