SEM DIREITO AO MARTIROLÓGIO

Um punhado de ex-assessores, que ainda é pago para o esforço imbecil e inglório de reabilitar o fracassado líder Sócrates, insiste em inscrevê-lo no martirológio da política nacional dos últimos anos. Classificam toda a luta contra ele, [essa triste emanação desonesta e desbragada agora exilada em Paris após anos de lobotomia de massas e perversa perfídia de políticas], como 'ataques ao carácter'. Para haver ataques ao carácter seria necessário que o visado tivesse um ou mantivesse o seu em bom estado. Não era o caso. Quando se detém a Justiça de um País no bolso de trás e se capturou a independência dos seus principais actores e representantes, não há alternativa à massa crítica de uma sociedade senão procurar expelir tal peçonha, reagindo contra quem faz da mentira, da truculência gratuita, e da ilusão ostensiva, traves mestras da acção e intervenção políticas. Ainda se, na hora de liderar, o estilo pesporrente fosse fecundo, capaz de pontes, alianças e lealdade. Mas não. Socratismo e assessoria do socratismo é andar com o Estado de direito na boca e foder com o Estado de direito em qualquer ocasião e oportunidade. Uma fraude-em-gente em roda livre ocasiona, conforme hoje sabemos, dramas e penas gravíssimas para as gentes. Seis anos foi tempo demasiado longo para tanta malfeitoria acumulada. Por isso, o ataque que espíritos independentes levamos à mentira no Poder, ao abuso de Poder e à perversão favoritista e facciosa do Poder, tal como José Sócrates o distorceu, foi uma pura questão de higiene, para além de todas os elementos avassaladores descobertos por jornalistas e polícias, mas inconsequentes, vá-se lá saber porquê. Não há outra forma de romper o pacto de condescendência entre políticos que faz disto a grande aldeia da impunidade e da negaça que é, senão reagir continuamente. O ganho foi libertar a sociedade de um desempenho daninho ao País. O ganho foi começar de novo, mais a sério com a lisura e as virtudes que fazem toda a diferença: viver na verdade da economia, dos números. Viver na realidade. Rejeitar a fantasia. Os ex-assessores afadigam-se em inscrever a tirania no martirológio, enquanto há dinheiro para tal luxo e exercício ocioso. É a nostalgia do controlo absoluto das agendas e dos média. É a ambição vã de regressar ao local do crime, à língua de pau e ao emporcalhamento sistemático de adversários e opositores. Ainda não perceberam que When it's over, it's over.

Comments

Popular Posts