BRASIL, NOVAS DEBANDADAS E DEMANDAS

Numa terra desolada, onde lentamente a velhice, a esterilidade e a morte dão as mãos para enterrar Portugal nas próximas décadas, a alegria e o saber viver brasileiro aliados a uma fome sincera de trabalhar vinham compensando um pouco o panorama cinza nacional. Agora que o País com a tutela da Troyka e a gestão do Governo Passos ruma à pobreza realística e à miséria natural, torna-se ainda mais natural que quem possa, quem se sinta seguro, demande outras paragens, regressando aonde se é mais feliz, Brasil, ou tentando ainda a sorte onde se ganhe mais dinheiro, Europa. Por cá, explora-se tanto quem trabalha, fazem-se tropelias de todo o tipo sobre quem se sacrifica [abundam as exigências verticais indiferente aos sacrifícios sem horário de tantos e tantas], que ainda não ficou claro por que não vivemos melhor. Talvez se acabe por assassinar de vez uma economia pensada para infernizar o maior número e engordar obscenamente uma minoria vergonhosa, quando comparada percentualmente com os beneficiários do bem-estar mais a norte. Os políticos ineptos, mentecaptos, os interesses e a mentalidade viciosa que nos conduziram a esta agonia deveriam estar presos ou sob o fio da navalha na exacta proporção com que enriqueceram. Pessoas são pessoas. Onde houver bom dinheiro e suficiente esperança, aí haverá economia. E não será em Portugal, de certeza.

Comments

Anonymous said…
Parabéns! Excelente crónica! Retrata este país na sua essência putrefacta.
Obrigado pela sinceridade porque serão poucos aqueles que reconhecem a realidade em que vivem aqui neste país, tanto estrangeiros como cidadãos nacionais. Portugal faz lembrar aquele doente crónico com uma doença terminal que está há anos ligado à máquina e sempre à procura de uma nova injecção de vida por qualquer meio possível que lhe garanta um sustento, por muito efémero que seja, de modo a perpetuar as iniquidades que o tornam tão carismático quanto vil! Oxalá morra rapidamente, porque o que quer que seja que venha a seguir, nada poderá ser tão reles quanto o status quo em que (sobre)vivemos actualmente...

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