PARTIDO OU CÁFILA? O RISCO DE CISÃO

Seguro é o primeiro a saber que tem de proceder a uma purga no PS para poder purificar o Partido Socialista da imoralidade muito concreta que o penetrou e aí, sim, afirmar-se como líder da oposição, ainda que altamente improvável. Claro que essa depuração do Partido pressupõe pelo menos uma década, duas, dado tratar-se de uma tarefa hercúlea perante os mais negros vícios e o primitivismo devorista infantil instalado. Evidentemente que Seguro não tem nem deixa de ter potencial para ser um óptimo líder porque decididamente não o é para os socratesianos que lhe têm fustigado as costas de várias maneiras: pelos blogues anónimos que o socratismo forjou reles na sua tarefa reles de rebaixar; no Parlamento, a bancada socialista não é uma bancada segurista. Pelo contrário, da sua desautorização e ridicularização não vem nenhum bem ao próprio Partido nem ao País. Pergunte-se quem, fora do PS, apoda de «uma desgraça» o desempenho de Seguro. Ninguém de relevo. Dentro do Partido são precisamente os socratesianos, em bando, os únicos que ridicularizam e destroem qualquer coisa que brote da cabeça desnorteada de Seguro: Isabel Moreira escreve num blogue de onde surgiram os posts mais violentos e rebaixatórios que, desde a primeira hora, António José Seguro poderia ler ou ouvir, ao pé dos quais as conclusões de Marcelo sobre a 'Golpada Estatutária' são meras carícias amadoras. Muito sensíveis à forma, seja o que for de retórico que Seguro bolçou, lá estão os apaniguados socratistas a coleccionar, diligentes, para depois arremeter destrutivamente: «Irei fazer uma abstenção violenta»; «Senhor primeiro-ministro, desafio-o para um debate a dois» (enquanto debatia… e a dois); «Não respondo (parado, frente a uma jornalista, no Parlamento, sobre a votação na generalidade da lei laboral e a disciplina de voto). Dou a palavra ao líder do grupo parlamentar, mas se a senhora jornalista quiser ouvir-me, convide-me para uma entrevista na SIC.» Ora, qualquer líder perderia a cabeça com a conspiração e a desautorização continuadas numa bancada armadilhada. Seguro herdou-a. E ela, de tão soez e desleal, justifica uma purga urgente. Para ter algum alívio da cáfila que o assaltou, o País necessitou dela, da purga por via eleitoral. O PS, se quer ser respeitável [tarefa para longas décadas], também necessita. Até o Governo Passos necessita de purgar-se do socratismo que ainda consente e só traz problemas e entraves sérios à aplicação do acordado com a Troyka pelo Governo Demissionário Socratista. Para além de tudo, o risco de cisão num partido contaminado de baixaria e politiquice é naturalíssimo. Não se perderia nada.

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