HÁ UM ÓDIO MIUDINHO PELAS RUAS

Tenho percorrido a Avenida da Boavista. Entro aqui e ali e converso. Muito. À parte a jovialidade para com os donos e gerentes das confeitarias e cervejarias, que é recíproca, há um só sentimento emitido em relação ao IVA ou a quem o concebeu tão brutal. Ódio. Não consumo senão um chã, uma sopa, um rissol. Mas a ideia mais transversal e odiosa que me veiculam é muito simples: a receita neste imposto recuou imenso porque a medida por si só é devastadora a vários níveis, uma teimosia que se volta contra os objectivos tidos em mente. No Sul Europeu, come-se. Bebe-se. Socializa-se assim. Uma vida só é vida com algum pequeno consolo. No Norte de Portugal, serve-se bem. Come-se. Bebe-se. Bem. Abundantemente. Fornecedores, salários, compromissos fixos, tudo é posto em causa. E para quê? Tenho esperança.

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