SEREMOS OU NÃO SEREMOS A GRÉCIA?

«As medidas pré-aprovadas esta semana incluem reduções de juros nos empréstimos concedidos pela ‘troika' à Grécia, incluem também o alargamento dos prazos de reembolso, e consta que também permitirão canalizar algumas mais valias, realizadas pelo Banco Central Europeu sobre a dívida pública grega no programa de recompra de obrigações, em benefício do tesouro grego. Ou seja, de uma só penada, a Grécia renegoceia as condições do seu empréstimo e recebe uma transferência (permanente) dos seus parceiros europeus. O problema é que não chega. O Estado grego, que só agora parece ter chegado a uma balança primária (antes de juros) equilibrada, continua por reformar. E o défice externo segue imparável, indicando que a dependência externa (económica e financeira) continua a ser um dos traços marcantes da economia grega. Está visto que a Grécia vai necessitar de um terceiro programa de resgate, e que tão cedo não regressará aos mercados para emissões de longo prazo. A austeridade será prolongada, sem esperança à vista. E, portanto, voltando ao polícia bom e ao polícia mau, creio que o objectivo dos credores não é mais do que manter os gregos em lume brando, até que um dia estes fervam e tomem a decisão que ninguém quer tomar por eles: a saída do euro.» Ricardo Arroja

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