MANSA DIATRIBE POR UM «TU» MAL APLICADO

Boa resposta, Laura, mereci-a por inteiro porque fui imprudente e demasiado entusiasta do brilho do seu post e pus-me, sem saber com quem, a falar de «amor» e de «gostarem de nós» com um insolente «tu» dentro. Mas você, Laura, foi também incrível na estocada que me deu: se não sabe, deveria saber que sou do Norte, do Porto: no meu espírito tal como na minha Região à beira-peixeiras não está tão distinta, parece-me!, essa pedantice distintiva você/tu/você, marca forte, vincada, pela qual se mata e pela qual se morre, se olha o dedo em vez da lua, entre o formal e o informal, o íntimo e o social, sei lá. Parece-me essa mais uma invenção impessoaleira, fidalgueta, lisboeta, que qualifico de pendantóide, um minúsculo traço de decadência e justamente do que alude: hierarquia, exclusão, subordinação, coisas que não se praticam noutros países menos frustrantes que o nosso, nem sequer no topo das lideranças mais exigentes, como nos EUA, por exemplo, a julgar pelo que me dizem valer um YOU. Às vezes, dou por mim a apreciar o fácies dos lisboetas, em qualquer rua, em qualquer praça, quando condescendo à Capital: fechados, tristonhos, bisonhos, impenetráveis, infelizes. Deve ser porque engolem acintosos «VOCÊ» como sapos todos os dias. Se você, Laura, me conhecesse, saberia que eu sou de abraço, gosto de simplicidade e naturalidade, critério para aferir se estou diante de uma Pedra ou de uma Pessoa. E logo eu a apanhar com uma correcção dessas 'sua', eu, que sou monárquico, mas também devo ser parvo para me expor a uma lambada-Bobone dessas. Tenha paciência, Laura, reservo para Sua Alteza Real qualquer coisa como uma apóstrofe-vocativo na terceira pessoa! Tu, meu amor, Laura, forever!

Comments

bibónorte said…
:):)Adorei a resposta!
Bibónorte!
Abraço

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