ALMEIDA SANTOS COMATOSO ÉTICO
Sempre considerei o espírito de Almeida Santos e de Mário Soares apadrinhador de um declínio comatoso das dimensões éticas da República economicamente falida, moralmente decadente, humanamente pútrida, também graças a eles. Raspado o verniz 'democrático' de esses caracteres, encontra-se ali exclusivamente o instalacionismo imobilista mais rançoso do pós-vinte e cinco de Abril, instalacionismo aliás apadrinhador do instalacionismo dos interesses dos seus protegidos mais novos. Benesses, prebendas, sinecuras é tudo o que me ocorre pensar quando medito na alma instalada de estes senhores e na multidãos dos seus afilhados. É graças à vigência política de Almeida Santos que o 25 de Abril escarnece de nós e é cada vez mais a caricatura de uma Plutocracia que o tem a ele, Almeida, e a Soares como 'prógonos'. Já Manuel Alegre, porque oscila entre o compromisso com o Grande Vítima e Cristo Tuga e o amuo, pode ter os seus defeitos e irritar nas suas negaças de ruptura, mas é uma alma bem mais benigna que a de Lello e a peonada serventuária clientelar de que se faz o lado decadente e negro do PS (e do PSD). E, sim, Alegre foi ofendido pelo zelo devorista de Lello. Ser ofendido por Lello não é o mesmo que terçar e emitir uma opinião. Claro que o que Lello emite já sai irrelevante e enodoado como a caca das pombas. Em última análise, esta gente [Almeida, Soares, Lello] de peso e poder subterrâneo, eminências pardas a amparar o borracho e a menina dos seus olhos facciosos, deve-nos é um pedido de desculpas a nós e muitas explicações pelo estado deploravelmente obsoleto da República, que afinal não fez melhor, mas bem pior, que os últimos tempos da Monarquia: «O presidente do PS, Almeida Santos, considerou hoje que a direcção do partido não deve a Manuel Alegre o pedido de desculpa público exigido pelo deputado socialista.»
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Abraço
[Não prescindo dos teus comentários a todos os meus textos, já sabes.]