VASSILIOU OU BESSER? E.U. AOS PAPÉIS
Neste momento, se eu fosse europeu e viajante intercontinental, mergulhado na confusão prudencial e laxa lançada respectivamente pelos europeus Androulla Vassiliou e Richard Besser, não saberia o que fazer. Voaria? Não voaria? Na verdade, Eu, europeu, não me sinto europeu. Vivo em Portugal e sou tratado como um insubmisso vírus contagioso a ameaçar uma certa noção de Estado partidarizado capturado por interesses egoístas inconfessáveis. Sinto-me, portanto, africano ou sul-americano. Quando acordei, em quatro anos, já era Pobre, fora Esbulhado em três tempos. Lembro-me com terror das cartas do Fisco em 2006, 2007 e 2008, das retenções dos reembolsos, das coimas e multas desproporcionais, arbitrárias e injustas por factos de 2003, quando outra lei vigorava, segundo a qual qualquer mediador honesto imobiliário lidava naturalmente. Recordo como o BES naturalmente me sonegou justiça: um documento de assunção de dívida que me isentaria de sofrer a imoderação criminosa e derrotante do Fisco. Foi BES. Foi Banca. Fora-me dito que não haveria nisso, em ser empobrecido e sodomizado pelo Estado e pela Banca, qualquer dor. Mentira. Qualquer africano sabe o que é sofrer e sonhar com a Europa que imagina, não a que existe e devassa e oprime. Conhece as narrativas de travessias míticas, onde frequentemente a terra prometida europeia, na verdade, evola-se na Morte Europeia, em Águas Europeias, única Promessa africana. Um sul-americano sabe a Prostituição e a Exploração Laboral europeia em certos antros europeus. Em face de tudo isto, o H1N1 é entretenimento mediático, enquanto não se provar um exímio matador massivo, a abrir noticiários e a abreviar, precisamente pela morte, o sofrimento de miséria de alguns milhares já de tudo excluídos quanto mais da própria vida. Nestas coisas, as estatísticas como argumento para agir ou não agir são um mal mais geral, planetário. Já não somente mais uma obsessão de abécula falcatrua governamental portuguesa: «A União Europeia está a recomendar que se evitem viagens aos Estados Unidos ou México que não sejam essenciais. “Pessoalmente, eu tentaria evitar viagens que não fossem urgentes às zonas em que têm surgido casos de doença, para minimizar os riscos em termos pessoais e reduzir os riscos potenciais de transmitir a infecção para outras pessoas”, disse a comissária europeia com a pasta da Saúde, Androulla Vassiliou. [...] Richard Besser, responsável pelos Centros de Controlo e Prevenção das Doenças dos EUA, considerou a recomendação europeia exagerada. “Estamos empenhados em encontrar novos casos de gripe suína, e é provável que encontremos alguns casos mais graves e outros menos graves. Nesta altura, não acho que deveriam existir restrições ou recomendações para que não se visite os EUA”, disse citado pelo “New York Times”.»
Comments