RÉDEA SOLTA AO GOVERNO PS


Por que motivo uma larga maioria vai observando na nudez desfilante do Poder-PS o exercício frequente de uma abominação democrática?! Porque a observação geral da experiência governativa nesta legislatura-PS mostra não saber a cúpula de este partido levar o outro a sério, pondo-se no seu lugar. Não reconhece a sua dignidade de semelhante, não simpatiza com as suas dores, com as suas infelicidades que por erro pessoal, acidente fortuito ou necessidade biológica o aflijam, como mais cedo ou mais tarde nos podem afligir a todos. O outro são as pessoas comuns que o Governo-PS deveria servir e cujos interesses e bem-estar deveria acautelar. Um Governo-PS é basicamente um Assalto ao Orçamento. Usar as circunstâncias, as pessoas para benefício próprio do Poder, isso, sim, ocupa as mentes. Usar crianças para subreptícia propaganda partidária sob a pata governamental é, por isso mesmo, segundo esta ética minorca, perfeitamente normal e ninguém será demitido ou demitir-se-á pela exorbitância. Não em Portugal nem sob a gestão absolutista do sr. Sócrates. Para o Governo-PS, só em período pré-eleitoral é possível pensar um pouco mais nos orçamentos precários da velhice, na debilidade insuperável de tantos portugueses, no abandono, nas perturbações emocionais ou mentais, nas perdas do que é mais querido ou mais indispensável. As ameaças e agressões violentas de uma criminalidade só deflagrada e infrene graças a um CPP feito para as mais diversas impunidades merecem uma nótula, mas sempre que casos escabrosos ocorram. O País vive assim sob a prática continuada de um processo entranhado de Mentira em que os mais Fortes e Menos Escrupulosos se cevam e agem sobre a Maioria, infelizmente ainda nos estágios iniciais da Alegoria da Caverna Cívica Nacional. O Governo-PS escarnece todos os dias, com um sorriso sonso e redundantemente escarninho, do direito que o Povo Português tem a uma comunidade política purificada, que lhe garanta, como lhe compete, dentro do possível, rápida e eficiente assistência comunitária aos que sofrem directamente a Crise e ajuda aos que, por qualquer razão, pouco ou nada podem ajudar-se a si próprios. No entanto, parece ideologia e praxis-PS agir em todas as coisas à custa da liberdade e da dignidade das pessoas, por exemplo, quando o Estado, a pretexto de ajudar os inválidos, as empresas, o emprego, acaba por ajudar ainda mais os Fortes, para não dizer exclusivamente os Fortes e Cúmplices da sua Reeleição. A pouco e pouco formula-se assim a noção de que para o Governo-PS toda a população não passa de um agrupamento de mentecaptos incapaz de julgar a essência da acção governativa para além das doses cavalares de Propaganda de Distorcer e de Anunciar o Anúncio do Anúncio. Nos tempos que correm, não faltam desgraças e elas põem-nos nas mãos uns dos outros, aumentando o poder colectivo sobre cada indivíduo. É muito importante zelar por que esse poder seja utilizado apenas para remediar carências e debilidades. Não para as perpetuar sob a anestesia de uma pseudo-compaixão autoritária eivada de trafulhice sucessiva: «O Bloco de Esquerda questionou o Ministério da Educação sobre se vai instaurar um inquérito para apurar responsabilidades no caso da utilização de crianças, alegadamente sem autorização, num tempo de antena do PS. Uma situação que o BE classifica de “muitíssimo grave”.»

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