UM BLOCO TRANSVERSAL

SIC-N, com Mário Crespo. Mais um Frente a Frente. Paula Teixeira da Cruz e Alberto Martins. Firme a primeira contra a lei do financiamento dos partidos. Enfunado o segundo na sua defesa. Depois, alugures, o que se preconiza como cenário eleitoral ideal nas próximas legislativas. Concordo inteiramente com Paula Teixeira da Cruz: não à ideia de um Bloco Central reeditado, nefasto e danoso, mais do mesmo devorismo irresponsável. Um óbice aos interesses de Portugal. Tudo pela bela ideia de um «Bloco Transversal», algo que aqui defendemos convictamente: um Governo e um Parlamento Plurais, onde a negociação seja criativa, permanente, leal, tensa e imaginativa, próxima das pessoas e se dê em todos os domínios e dossiês. É preciso lavar o esterco acumulado e que faz do abuso das maiorias e do vicioso excesso de leis e leis más na República a sua principal perversão. A proliferação de estatutos de privilégio e autofavorecimento entre as elites deve sujeitar-se a morigeração e bom senso. É preciso atalhar a todas as causas da degenerescência portuguesa, começo da Corrupção e da Ineficácia mais desmoralizadora. Avolumam-se as leis iníquas, precipitadas, mal construídas. Leis más e Leis a mais, logo, Labiríntica Corrupção em larga escala. Um Bloco Cívico a envolver transversalmente todos os partidos e deputados de boa vontade, corajoso a abrir o Parlamento a independentes puros, sensível aos Movimentos Cívicos e a todas as vozes da Sociedade. Um projecto construtivo comum, sob a égide da Ética, da Transparência Praticada, da verdade pensada e dita, afastada da espectacularidade enganosa, mas humilde o suficiente para se colocar sob escrutínio contínuo e directo dos cidadãos. Pelo contrário, o PS de Alberto Martins, desfasado que está da nossa percepção global do seu legado de surdez obstinada e de oco militante, mostra a mesma soberba a que o seu partido nos vem habituando ao longo de estes quatro anos a roçar a autocracia pseudo-iluminada. Uma surdez deliberada que supõe possa um País Moderno dar-se ao luxo de prescindir da vontade e convicção de o máximo de portugueses cooperando em favor de um só pseudo-Iluminado exclusivo qualquer, com a sua lista de parasitas clientelares e carteira de favorecidos. Um líder egolátrico em detrimento das pessoas? Nem pensar! Há que acordar para os efeitos de quatro anos de uma deriva oligocrata nunca vista em trinta e cinco, saturada de propaganda e trafulhice. Há que acordar antes que seja tarde.

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