NÁUSEA DOS ANÚNCIOS HIPÓCRITAS

Habituemo-nos à retórica inconsequente do PS, campo de concentração das iniciativas de e a reboque do BE. Recordemos sempre que esse diz que faz, mas não faz, esse promete, mas não cumpre, é a regra do jogo-PS com que se visa salvaguardar o statu quo ultracorrupto no País. É uma corrupção que precisa de respaldo. E tem-no nos partidos 'estruturantes'. Estruturantes, segundo Cavaco. Desestruturadores de tudo, segundo a nossa experiência cívica. E bem sabemos que este debate anti-corrupção/enriquecimento ilícito ganha um relevo muito mais doloroso em momentos de Crise, quando a Falta mais generalizada, a Fome mais omnipresente, a Injustiça mais aguda, a perseguição política mais sorna, subreptícia [da parte perseguidor], excruciante [da parte perseguido], com as armas do ostracismo social pela miséria induzida ou do emprego sonegado, em tantos casos, tal tópico clama por intervenção imediata uma vez que a ofensa da Corrupção à Cidadania surge redobradamente intolerável num País que se arrasta. Aqui emergem os partidos em contacto com a realidade, como o BE, e os partidos em grosseira alienação fantasista, como o PS. Os partidos da utopia da dignidade humana concretizável, como o BE, e os partidos do exclusivo benefício directo próprio, como o PS. Ora, o PS degenerou num partido do exclusivo benefício directo próprio a partir do Estado mas de modo exponencial nesta Legislatura. No mais asqueroso dos sentidos. Quem vê qualquer a-propósito em quádruplas reformas que perfazem mais de 100 000 euros/mês?! A facilidade com que esta podridão alastra. Quem o vê nelas, nessas reformas, ainda que legitimadas por leis imorais desenhadas imoralmente pelos políticos do PS/D/CDS para permitirem imoralidades de este tipo dentro da lei?! Isso enquanto outros portugueses mal sobrevivem com 271 euros/mês. Não admira que neste jogo sórdido, o PS esteja a desempenhar activa e cinicamente o papel triste dos falsos compromissos e a cavar revolta e profunda desilusão: «O Bloco de Esquerda (BE) considera que a proposta do Governo acerca do enriquecimento injustificado é uma forma de “incentivar o crime económico”. Francisco Louçã considera “inaceitável” que o Estado dê a quem enriquece de forma não justificada a oportunidade de manter 40 por cento desses rendimentos. O líder do BE criticou o governo por ter apresentado essa proposta no mesmo dia em que o partido apresentou, na Assembleia da República, três projectos de lei de combate à corrupção. “Responderam à nossa iniciativa, mas nunca concretizaram a proposta”, aponta Louçã. [...] O Bloco propôs ontem que as mais-valias urbanísticas decorrentes de actos administrativos revertam a 100 por cento para o Estado, bem como o fim da distinção entre corrupção para acto lícito e ilícito. Os bloquistas vão propor, ainda nesta sessão legislativa, a criminalização do enriquecimento ilícito e um maior controlo dos casos de enriquecimento injustificado.»

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