GRAVE É NÃO NOS RESPEITAREM


Os enviados e porta-vozes da pseudo-governamentalidade não sabem em que trabalhos os colocam quando lhes incumbem de vir falar do que é ou não é grave. Grave é o insulto desprezivo com que o Poder se habitou a tratar-nos. Essa distância minimazadora, fria e ocultadora de tudo o que nos deveria ser acessível: vencimentos dos gestores públicos, aplicação dos dinheiros públicos e, sim, escrituras que são actos que envolvem larga dose de boa fé, fiscalidade e as assinaturas de facto que atestam os antecedentes e procedentes de quaisquer negócios. Esse tédio governamental em explicar exaustivamente o que se faz com o nosso dinheiro é muito grave. Esse enfado governamental com que se pensa-não-pensando nas pessoas é muito grave. Os negócios de Estado-Fino via CGD são muito graves e o sequestro da Justiça pela contaminação Política dos seus mecanismos, então isso é de uma gravidade atroz. Esse Poder de enfeudados, na tal Torre de Marfim de que fala Louçã, torre longínqua das pessoas é que é grave porque releva de um tom indevidamente arrogante, desprezivo do que sofremos, do que impende sobre nós e nos insulta todos os dias. Grave Crime é esse que uma só Legislatura viu extremar-se com a grande declaração de Espinho: deixar aos Eleitores o veredicto sobre a matéria freeportiana e sobre o silêncio enfiado que o Grande Litigante e Enlameado nutre por tudo isto que o arrola a ele. Nós sabemos que a questão Freeport é uma Bomba Suja, mas não do lado de quem fala dela. É Suja e é Bomba só do lado de quem a abafa a todo o transe e de quem se escandaliza apenas com a busca da verdade toda e não com a sua sonegação obscena à Opinião Pública. Afinal, esse governamental querer apurar toda a verdade é da boca para fora. Afinal, quando se vê o porta-voz Vitalino dizer que se confia na Justiça e no seu trabalho equivale a dizer que se confia no seu lado lento, controlado, no lado ronceiro e inconsequente dela, esse que protege sempre os delituosos poderosos cujas costas estão bem escudadas por desígnios que nos escapam. O Estado Português deve ser devolvido a pessoas Rectas, Puras, Sérias, merecedoras de toda a confiança por parte dos portugueses. Gente que nos não mereça suspeição por se terem comportado no passado de forma dúbia numa mão-cheia de matérias comprometedoras, gente que não acumule a mínima aura de sofreguidão devorista, dos mínimos vícios de esgueiramento pela escada emporcalhada da vida partidária. Sim, emporcalhada no PS de Vara ou no PSD de Loureiro: «O secretário de Estado da Justiça considerou hoje "muito grave" a Ordem dos Notários pedir aos cartórios notariais a relação das escrituras feitas pelo primeiro-ministro e outras pessoas para facultar a um jornalista, no âmbito do caso Freeport.»

Comments

Karocha said…
Que eu saiba uma escritura é um acto público!!!
Está tudo doido Joshua...
Pata Negra said…
Deixemo-nos de palavras! Limpemos as armas! Joshua está tudo dito! São uns a dizer cada vez melhor que outros. Tu dizes cada vez melhor! Mas Porra! O que é que um gajo pode fazer com estes gajos! Nós temos a palavra, eles os microfones! Nós temos as ruas, eles os palcos! Nós temos a dor, eles a festa! Nós temos a razão, eles a mentira!
A única coisa que me vem à ideia é limpar armas! E, ao mesmo tempo, que as tuas linhas verbais se transformem em espadas! É esse o meu desejo...
Além de um abraço

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