IEFP E O DUCHE FRIO DA REALIDADE


Uma estadia normal de uma ou duas horas numa delegação local do IEFP permite-nos aferir a quantidade de famílias com crianças pequenas que por lá vogam, com papéis de convocatória ou candidatura numa mão e carrinhos de bebé na outra, com meninos e meninas de dois anos, correndo e gritando por aqueles corredores atafulhados de náufragos. Esta é a realidade à qual formações de encher, repetidas, não acrescentam nada e subtraem muito. Abundam os rostos pesados que nada têm a ver com estatísticas. Agregados familiares de quatro ou mais elementos, com rendimentos baixíssimos de duzentos ou trezentos euros, é vulgar, uma vez que a política das reposições, cega que é, não respeita nem o contexto nem a circunstância venenosa de um desemprego altamente cumulativo e prolongado no tempo. Recorde-se que num país com tanto trabalho informal, não oficial, é preciso não escamotear que aos números oficiais se devam somar mais cem ou cento e cinquenta mil desempregados em cima: «O desemprego registado nos centros de emprego atingiu, em Março de 2009, 484.131 pessoas, o que representa uma subida de 23,8 por cento face ao período de homólogo de 2008. Esta variação mantém a tendência de subida verificada desde Junho de 2008.»

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