ESPANHA! ESPANHA! PATRANHA!
Apesar de o Porta-Aviões Bancário Português parecer resistir a uma série de tiros sucessivos em cheio, e ostentar um rombo-roubo escandaloso, intrincado, ramificado, no BPN, mostra-se preparado para resistir a qualquer novo torpedo de ficar a arder em milhões. Desde que possa esmifrar os clientes portugueses, conforme faz há décadas. Desde que o Estado acorra pressuroso em seu auxílio capturando ainda mais favorecimento mútuo e dependência estrutural tóxica da Política com a Finança. O Povo, esse sofre em silêncio e reaprende o que é a Fome e a Esploração. O Liberalismo Desenfreado nos produtos financeiros é hoje um touro preso pelos colhões, no Rodeo da Vida Económica, montado precariamente por quem o monta: uma vez solto, salta, esperneia, devasta tudo e quem o monta em gula por ganho tenta manter-se no seu dorso. À derradeira, o chão será o destino e de montador passa a esmagado pelos cascos cegos do monstro esganado. De falência em falência (a catalã Habitat), de créditos incobráveis em créditos incobráveis, o que é que não colapsará?! Como é que Espanha resistirá a um desemprego de 17% a 20%? Terá Zapatero, também ele, um sorriso alarve e optimista, irrealista e alienado, no rosto? Quando discursa tresandando a horroroso, terá também aquele gesto da mão direita que, subindo e descendo, parece masturbar um falo imaginário, como ontem no Algarve sob a Tenda Reles de Anunciar? Quando é que se assumem os 10% a 11% de taxa de desemprego em Portugal? Por que motivo Silva Lopes não pôde dispensar a um pai de família, como eu, ontem mesmo, uns 20 euros para leite em pó infantil? Onde pára a puta da solidariedade portuguesa?! Ninguém se admire que só possa crescer e inflamar-se um desejo de que Roma, essa Roma impudica devoradora dos próprios filhos, Arda e se Foda, sem tirar que, ao mesmo tempo [ceterum autem censeo], Carthaginem esse delendam: «O Banco Português de Investimento (BPI), a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Banco Espírito Santo (BES) têm aproximadamente 130 milhões de euros em créditos concedidos à empresa catalã Habitat, a quinta maior promotora imobiliária de Espanha, em risco de se tornarem incobráveis, já que esta empresa pediu há um ano a protecção de credores. [...] Os bancos referenciados nos sites internacionais, em 2008, como tendo maior exposição à Habitat são, para além da La Caixa, a Caja Madrid, com 220 milhões de euros, o Santander (Santander Totta), com 218 milhões de euros, o BBVA, com 190 milhões de euros, e o Banco Popular, onde Américo Amorim possui cerca de sete por cento do capital, com 178 milhões de euros.»
Comments
Vai ver o estouro que isto vai dar.
Não dou conselhos financeiros, mas posso apontar-lhe um post de quem faz disso a sua vida (nem sequer gosto muito da criatura, mas reconheço-lhe a lucidez) cujas precisões são largamente concordantes com a minha própria:
http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2009/04/foi-sempre-assim.html