CASSETE DA ACÇÃO SEM TRAVÕES

É pena que o destravamento, em sentido lato, seja a regra cega do sr. Sócrates. Na verdade, o abismo português é o seu único horizonte: perante um país mais desempregado e mais pobre há o consolo da banda larga. Perante a roda livre, isto é, destravada das contas públicas, destravadas na despesa e paralisadas na receita, há sempre o consolo-cassete da Banda Larga. Portugal mais endividado é bom, desde que com o consolo da Banda Larga. Em altos responsáveis políticos, a Fantasia, quando sobreleva de um modo absolutamente louco a mais crua Realidade, transforma-se em Crime e esse crime tresanda a sociopatia porque compromete o presente e inviabiliza o futuro: «"Em Portugal, não queremos que a crise pare o nosso esforço de generalização das tecnologias de informação e de comunicação. Irão vencer a actual crise os que apostarem na acção e não no travão, os que apostarem na decisão e não em ficar à espera que tudo passe", declarou o líder do executivo português.» Se por acção se entender lançar dinheiro sobre os grandes favorecidos de sempre, estamos conversados: é travão. Se por acção se entender colocar uma ou mil acções em tribunal para assim intimidar, desqualificar e censurar qualquer voz oposta à obra de esse Neo-Cristo Tuga, estamos conversados: é travão. É por isso ambígua e perigosa a cassete da acção e do travão usada despropositadamente pelo Ainda-PM. Se acção for os prejuízos das políticas das estatísticas e os custos para o Estado dos negócios com os empresários "amigos" do governo, estamos conversados: é travão. De isto, ou seja, da Verdade não há cassete da 'Acção' e da 'Banda Larga' que nos salve, sr. Cristo-Sócrates! Já todos percebemos que 'acção' para o sr. Sócrates é Anúncio, é Discurso, é Promessa (normalmente rasgada à primeira oportunidade), é Activismo Converseiro, é Demagogia, é perseguir e violar, com sucessivas e iníquas inconstitucionalidades, os direitos dos professores, é Processar jornalistas, opositores, vozes desagradáveis para si e é processá-las em massa. Isso é para si 'Acção. Para nós não passa de um estupro democrático. Algo que o Portugal pós-aprilino nunca viu de tão inaudito e inédito em suposta democracia.