BPN TRESANDA A CLEPTO-COCÓ
Uma sociedade briosa e com as prioridades bem definidas dedicaria o máximo de energias a contrair no tempo quer a investigação sobre o roubo sistémico operado por anos no BPN, roubo-símbolo do até quão reles desceu o Regime, quer os fumos de crassa corrupção política que emergem de esse forno crematório da 'carreira' exclusivamente política, não existe outra!, do sr. Sócrates, o Caso Freeport. Assim se passou com o escândalo planetário Madoff tratado pelo sistema judicial norte-americano com uma energia exemplar indisposta a brincadeiras, fretes aos chefes e que, acima de tudo, não tem um MP amadorístico, designado politicamente e politicamente obrigado, com medo de escutas telefónicas e ultimamente com um discurso, em vez de inexistente e discreto, altamente mitigatório dos graves casos entre mãos: «A Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa foi hoje a casa de alguns clientes do Banco Português de Negócios (BPN) e ainda de accionistas da Sociedade Lusa de Negócios, que detinha o banco antes da sua nacionalização, no quadro das investigações em curso. O PÚBLICO apurou que a acção policial decorre das queixas-crime apresentadas pelo ex-presidente do BPN/SLN Miguel Cadilhe, que substituiu as anteriores administrações encabeçadas por José Oliveira Costa, actualmente detido, e por Abdool Vakil, que assumiu funções de CEO transitoriamente.» Não vale a pena esconder que um País de Faz-de-Conta só precisa de três coisas para Acabar: 1) uma Justiça que faz-de-conta que actua; 2) uma população ensimesmada, insciente e negligente ao escrutínio que lhe incumbe operar em contínuo sobre a sua própria Pólis, população que faz-de-conta, votando ou não votando, que conta para alguma coisa para os seus representantes; 3) um poder político que faz-de-conta que legisla preventivamente sobre matérias (enriquecimento ilícito/corrupção 'lícita' e 'ilícita'/favorecimento administrativo) as quais, levadas a sério, os exporiam e desacreditariam directamente, retirando-lhes esse bónus intocável de estarem desobrigados à inversão do ónus da prova quando se ultrajustificaria uma demonstração das estranhas fontes de enriquecimento, pois são exclusivamente políticos. Pela parte que me toca, gostaria de poder aproveitar a inversão do ónus da prova para provar ao Regime, à Legislatura-PS e a quem de direito, como e por que motivo, em apenas quatro anos, fui alvo de um inescapável Empobrecimento Ilícito. Como eu, milhares. Infelizmente, há quem esteja à espera de sangue e de ranger de dentes para começar a pôr a mão na consciência social. Olhem, veio-me à mente a pose ultra-autossuficiente e despreziva dos demais de esse extraordinário técnico-PS Correia de Campos.
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