CAÇA FINA À CORRUPÇÃOZINHA

É uma infelicidade que falar de Corrupção — que o assunto ameace baixar mais vezes miraculoso à AR! — leve a que, mais dia menos dia, tudo redunde numa ridicularia, na redução de tudo aos aspectos mais insignificantes dela. Miséria! E depois há povo ignorantão que quando pensa em corporações recorda-se de imediato dos nossos Professores, Enfermeiros e Polícias mal pagos, desmoralizados, desincentivados, esmifrados segundo pressupostos erróneos e insustentáveis, se na verdade a Caça Grossa da Corrupção Política é que absorve os recursos preciosos do Estado. O que nós queremos, dr. Guilherme d'Oliveira Martins, não são os peanuts fáceis de essa pequena Corrupção de que fala, agora com tecto, quando nem deveria existir nem tolerar-se em absoluto. Interessa aos cidadãos que se operacionalizem mecanismos fortes para atacar as derrapagens corruptas do Centrão Corrupto e para atacar a Corrupção Omnipresente dos Fortes sempre Impunes. Ela é visível nos milionários da Política, só não é provável com a fragilidade de funcionários cada vez mais esmifrados e mal pagos. Chama-se Corrupção Política, dr. Guilherme, e é Caça Grossa, não Fina. Cravinho fala dela como tendo crescido enormemente sob o consulado socratesco que alargou as malhas por onde escape ou não consentiu que se apertassem. Se ele o diz, dele não duvidaremos. Estas regras novas e esse tecto da recusabilidade são para rir de tristeza. Vocês regulam sempre sobre os fracos e são uns impotentóides sobre os Fortes: «Os funcionários da administração estatal passarão a circular entre serviços para evitar relações de proximidade com o meio envolvente e os presentes que lhes sejam oferecidos por utentes, quer sejam em espécie ou em dinheiro, vão ter um valor máximo a partir do qual têm que ser recusados.»

Comments

Anonymous said…
Estava convencida que era proibidíssimo um fp receber prendas de utentes. A que propósito recebem prendas?
Impor um tecto às prendas é decretar que todos passam a ser corruptíveis. Talvez dessa forma desapareçam os poucos, que por ter as mãos limpas, apontam os corruptos.
MJP
A. Rodrigues said…
Valor máximo das prendas em dinheiro: quatro...
zedeportugal said…
Seria cómico... se não fosse verdadeiramente uma tragédia... tudo isto, toda esta estupidez, toda esta hipocrisia, toda esta sem-vergonha.

Se este estado... de coisas continuar, aos cidadãos pacíficos e injustiçados nada mais restará fazer senão emigrar.

Bom f-d-s.
manuel gouveia said…
Esta da circulação dos funcionários não se devia aplicar aos presidentes dos governos regionais, presidente do Banco de Portugal, conselheiros de estado e afins?

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