FALTA IR MAIS LONGE E MAIS FUNDO

O combate à Corrupção Política Portuguesa, que é um fenómeno que tem beneficiado da complacência da Lei e da impotência da Polícia, entra numa fase imprevista nas agendas partidárias pré-eleitorais. Corrupção à Fartazana poderá ser mais complicado. O Centrão, porém, ainda não se deixou de tretas, aproveitando a Crise para obter alguma coisa de bom para a Justiça num País que resultou mais injusto e desigual mercê de, além de outros problemas culturais de um empresariado 'fraquinho', nas palavras de Sobrinho Simões, precisamente da Corrupção generalizada. A ironia é que se legisla sobre uma matéria crucial somente após quatro anos de políticas cleptocratizantes e a revelação dolorosa do descalabro no BPN, mas também em diversos graus no BCP, no BPP e na estranha CGD. Ainda há Medo de ir mais além e mais a fundo na Transparência (seria justíssimo um imposto de solidariedade sobre as grandes fortunas) e na urgente Clarificação (seria um belo sinal uma lei para a determinação de regras de acesso a benefícios fiscais em zona fiscalmente privilegiada sob a tutela do Estado português e outra para a adopção de medidas de combate à criminalidade financeira e aos movimentos especulativos em paraísos fiscais), a bem da Confiança Cívica nas Instituições supostamente democráticas. O Centrão persiste notoriamente em bloquear todos os meios para uma Transparência verdadeira e um sentido de patriotismo mais Inteiro, limpando 35 anos de esquemas que engendraram possível a Besta do BPN e a Fome miserável, criminosa e negligente de uma Sociedade que se permite a sem vergonha de dois milhões de portugueses Pobres. Derradeiramente, será preciso avançar muito mais, mais tarde ou mais cedo. Clama-o a Fome que ameaça alastrar ainda mais e prevalecer acusatoriamente em face de uma incúria cívica e social toda imputável aos políticos e ao empresariado moralmente minorca e socialmente grunho que por cá medra, incúria como Princípio e como Processo Neoliberal de organizar uma Sociedade Letal, cadinho de instisfações e rebeliões, ambos (Princípio e Processo) acabadinhos aliás de naufragar na Wall Street que Bush deixou à solta e nos gabinetes climatizados da Comissão Europeia: «Porém, outros quatro diplomas do Bloco foram rejeitados: o projecto de lei que estabelecia o imposto de solidariedade sobre as grandes fortunas, o projecto de resolução sobre medidas de combate à criminalidade financeira e aos movimentos especulativos em paraísos fiscais, o projecto de lei para a determinação de regras de acesso a benefícios fiscais em zona fiscalmente privilegiada sob a tutela do Estado português e o projecto para a criação de um imposto sobre as operações cambiais e especulativas. Novamente, quem obstou a que estes instrumentos essenciais, tanto no combate à corrupção como na promoção de mais justiça e solidariedade sociais, foram os mesmos que nos (e se) governam há 35 anos – PS, PSD e CDS-PP -, com algumas honrosas excepções. Porque dizer é diferente de fazer e porque será um dado preponderante na formulação de qualquer escolha eleitoral minimamente consciente, a informação precisa de quem votou o quê está disponível aqui. Aprovar o fim do sigilo bancário e manter as transacções com off-shores fora de vista das autoridades é um sinal claro das intenções de quem diz que quer fazer muito e sabe que não está a mudar nada.» Filipe Tourais, in O País do Burro

Comments

Anonymous said…
NÃO DEVERÁ TER O EFEITO QUE MUITA GENTE BEM INTENCIONADA ESPERA.

Falta saber em que circunstâncias se vão verificar as contas bancárias, quem terá autoridade para o ordenar e quem o vai fazer.

Será que é desta vez que se vão verificar os movimentos de milhões que circulam entre bancos e as offshores "? ou entre os bancos? ou entre as outras empresas (as verdadeiras e as que se criam especificamente para movimentar os milhões)?

Acredito que será o chamado "zé povinho" o principal fiscalizado e irá servir para se reduzirem uma vez mais as despesas sociais do Estado...

As grandes transacções financeiras hão-de encontrar uma qualquer forma de contornar a lei, mesmo que à partida isso não seja evidente...Talvez que pagamentos no estrangeiro ou em "cash" passe a ser a forma de pagamento nos casos de corrupção(?)

Zé da Burra o Alentejano

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