DAR-SE O MARTIM AO TRABALHO
Martim Avillez Figueiredo, neste editorial, parece esquecer a enorme avidez que alimenta as hostes socialistas, pela voz de Teixeira dos Santos, em passar uma mensagem que agrade à esquerda "fiscocoerciva" que lhe devora presentemente o eleitorado. Vale qualquer coisa que sugira ir tirar aos mais ricos para redistribuir pelos mais pobres, ainda que pouco fundamentado e ulteriormente tal enormidade vaga se deixe cair ou rasgue, como de facto se deixa cair e rasga todos os dias porque para além da questão fiscal de cuja "justiça" ou "redistribuição" não resulta um País menos assimétrico na riqueza e no bem-estar, o Estado é profundamente discricionário nos prémios que paga, nos milhões que larga. Em suma, quer o anúncio pomposo de Teixeira dos Santos quer o fardo de ter o Martim de escrever sobre esta matéria ressuma a cínico e dá pena que no fundo da consciência de esta gentita menor político-pensante ou jornalístico-escrevente não ressoe a voz de milhões de portugueses que grita: «Temos passado fome. Temos passado fome. Temos passado fome. Temos passado fome. Temos passado fome. Temos passado fome. Temos passado fome. Temos passado fome.» PS e Sócrates nunca mais, Martim! O resto é mera aritmética e falta de vontade política que só se corrigirá arredando o Bloco Central de todas as hipóteses de Poder para ensaiar completamente outra coisa, antes que uma Revolução Sangrenta estale. [Declaração de interesses: Defendo uma Monarquia Constitucional por plebiscito universal a todos os portugueses residentes no Território e na Diáspora; defendo o reforço parlamentar imediato do CDS-PP, do Bloco de Esquerda e do PCP]: «Teixeira dos Santos deseja cobrar mais impostos aos que apelida de ricos - aqueles que ganham acima de 5000 euros/ mês. Três mil euros líquidos/agregado familiar. Recorrendo às divisões fiscais, existem 180 mil famílias portuguesas com estes rendimentos. Multiplicado por três pessoas/agregado, dá meio milhão de portugueses. Ricos? Bom, o IRS diz que sim. E por isso são estes quem financia 56,6% da receita fiscal nacional (dados de 2005). É justo?»
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