LOPES DA MOTA, O ABSOLUTO SITIADO
Hoje, Lopes da Mota parece um Cristo, salvo seja!, andando, com o seu advogado Magalhães e Silva, de Caifás a Anás, de Pilatos a Herodes. Com o seu mentor Sócrates agora enfraquecido, humilde e cuidadoso nas neuras, mais que visado por aquilo que diz, simula fazer ou ter feito, não há quem lhe valha, nada há que invoque, recurso que faça que lhe prometa o velho encobrimento, o velho protelamento e esquecimento de esta delicada matéria das pressões e o que de tremendo lhe subjaz. Em certo sentido, está toda a gente a ver, o que é tudo. E grandes podres adicionais lhe adivinha a Opinião Pública. Para tanto bastará observar a vinculação e imbricamento de Sócrates à sua pessoa e percurso nos corredores do Poder. Não pode ter sido por acaso que Lopes da Mota foi nomeado em 2007, graças a Sócrates, para a presidência rotativa do Eurojust, órgão de cooperação judicial da UE, onde teve sempre acesso a todo o dossiê Freeport, congelando-o enquanto pôde, enquanto os Media nacionais não se enfronharam, como era sua obrigação, no problema. Íntimo de Sócrates e de António Costa, sabe-se que esteve presente em 2008 na célebre reunião onde as autoridades portuguesas e inglesas discutiram o andamento do caso Freeport, momento em que foi apresentado o tal DVD encalacrante com as escutas e a identidade de todos os suspeitos da polícia inglesa, incluindo José Sócrates. Juntos no primeiro Executivo de Guterres, então Lopes da Costa ocupou a pasta de secretário de Estado da Justiça. Foi, aliás, por nomeação do Governo de gestão de Guterres, em 2002, em vésperas de eleições, que foi parar ao Eurojust, não ainda à presidência rotativa. Em 2005, era apontado como o preferido de Sócrates, já primeiro-ministro, para suceder a Souto Moura como PGR, livra!, olhem-me o topete. Com a vinda a público, porém, de sérias suspeitas de favorecimento a Fátima Felgueiras (pois foi delegado do procurador em Felgueiras de 1980 a 1988) fornecendo-lhe cópia da denúncia ainda antes da PJ de Braga iniciar investigações e com a vinda a público também de um telefonema do marido de Fátima pressionando Lopes da Mota ao favorecimento da esposa, o seu nome foi naturalmente afastado da corrida. Hoje, completamente sitiado e só, Lopes da Mota é um cadáver político e justiciário adiado. Há maçãs que vão longe de mais no seu pútrido zelo. Contaminam tudo em torno e acabam como Lopes da Mota, num desespero defensivo que ninguém releva, desacreditados pela própria mão, caídos em desgraça pelo próprio pé. E vai isto representar Portugal lá fora, porventura empatando e bloqueando a Verdade, porventura obstaculizando a Justiça por que clama a pobre e sufocada gente nas mãos de gente pouco recomendável tornando Corrupta e Estéril a Nobre Terra Portuguesa: «“Vou por isso reclamar das referidas decisões para o Plenário do Conselho Superior do Ministério Público, confiante de que os seus 19 elementos, incluindo o Procurador Geral da República, não deixarão de reconduzir o processo ao bom respeito da Constituição”, acrescentou Magalhães e Silva.»
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VAMOS RETOMAR PORTUGAL.
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