OS BEATOS VÍTIMAS SIMPLEXIANOS

Passou a ser moda constituirem-se, do pé para a mão, blogues contingenciais, com algum sucesso, diga-se, enquanto duram. E duram o para que servem. É inevitável falar do Simplex, assim designado num inesperado assomo de auto-ironia, sobretudo porque pelos vistos a permeabilidade à crítica é ali pequena e a armação em vítima o caminho. Parece que tal blogue – o Simplex – surgiu ontem, mas não nasceu ontem, assim como parece que nele se juntaram pessoas que vivem e pensam de modo diferente, mas unidas à volta de uma ideia (a de manutenção do statu quo por lhe ser favorável) e de uma agregação habitual aos interesses e às funções bem remuneradas governamentalescas-PS que ocuparam. Assim de repente, parece que toda esta gente Ana Paula Fitas, Ana Vidigal, André Couto, Bruno Reis, Carlos Manuel Castro, Carlos Santos, Diogo Moreira, Eduardo Graça, Eduardo Pitta, Gonçalo Pires, Hugo Sousa, Irene Pimentel, José Reis Santos, João Coisas, João Constâncio, João Galamba, João Pinto e Castro, Leonel Moura, Luís Novaes Tito, Mariana Vieira da Silva, Miguel Abrantes, Miguel Vale de Almeida, O Jumento, Palmira F. Silva, Paulo Ferreira, Pedro Adão e Silva, Porfírio Silva, Rogério da Costa Pereira, Rui Herbon, Rui Pedro Nascimento, Simplex, Sofia Loureiro dos Santos, Tomás Vasques tem estado bem empregada sob o generoso guarda-chuva socratinesco e pretende assim continuar, defendendo, como lhe compete, o respectivo posto de trabalho. Para eles, que se lixe a pátina de esbulho geral e o depósito autocratóide deixados pelo XVII Governo Constitucional e o seu fajardo líder e fajarda trupe, o importante é «que o Partido Socialista ganhe as eleições de 27 de Setembro próximo, de preferência com maioria absoluta. Só ele pode contribuir decisivamente para que Portugal se mantenha na vanguarda política do século XXI.», o que, traduzido em pragmatês, significa que é doce viver da Suculenta Seiva dos Orçamentos Gerais do Estado, enquanto se finge pensar propriamente no Povo Português, reformando no sentido do seu emagrecimento compulsivo e extorsão fiscal. Não, caro Tomás, a iniciativa simplexiana, normal em democracia e ainda mais normal dentro da constelação de avençados do Poder Caciquista que o Partido Sôfrego visa implementar, não despertou engulhos, muito menos da parte daqueles que, depois das eleições europeias, reganharam esperança porque a viram justificada. O aparecimento de tal blogue de apoio ao Partido Socialista merece fair play democrático, humor, sátira e uma reacção racional, o que é de louvar. Mas também é perfeitamente normal que receba reacções menos calorosas, embora a quente, menos dadas à formalidade e elegância democráticas. São os que, sentindo-se «escandalizados» pela cegueira de ideias impostas e torcionaristas de um PS unilateralista e dono da sua verdade, sentem necessidade de descarregar a bílis e zurzir ao jeito de quem lhes sobra ressentimento e razões de queixa. O Simplex é, pois, como citas, uma agremiação de «idiotas úteis» e é também um bando de «rapazes e raparigas» Isso mesmo, uma agremiação de «boys and girls». Não é todos os dias que apanhamos num só blogue o manifesto de uns quantos, onde estão homens e mulheres que gravitaram sempre as suculentas tetas do Estado-PS e que muitíssimo coerentemente decidiram apoiar o Partido Socialista nas próximas eleições legislativas, pois esse partido, se for Poder, é o seu ganha-pão, apoio que é um exercício arriscado, sendo verdade que a esmagadora maioria do eleitorado e dos independentes apartidários têm umas certas contas espessas a ajustar com o mesmo calamitoso PS que os simplexianos apoiam. É que a legislatura propagandesca que está a findar com cara de falida falindo Portugal teve muito pouco a ver com democracia, o que é estúpido, Tomás, meu intelectual contumaz!

Comments

Joaquim Carlos, amigo:
a lição já remonta ao Estado Novo... A agora este Estado de Coisas Revlhas denominado de Novo Novíssimo pelo Admirável Leader QUE QUER PERPETUAR-SE E ESTREBUCHA... contra quem João Gonçalves, Pacheco Pereira e tu E TANTOS arremetemos farpas e que povilhéu vomita como provou nos últimos actos eleições... Simplex=Simplíssimo=ex-FNAT=FamintosFamigeradosNacionais Amanhados(gordorosamente)aoTaxo. Se lhes falha o taxo é o desespero da Causa! Mantença e tença é quanto querem... Sobre nós tentam com silêncios infames pôr pedra de anonimato!
corrigindo-me...
tacho ou taxo tanto bonda... a música eles a tocam... nós dançamos.
Helena Branco said…
Caríssimo JOSHUA, o João coisas e o Jumento (sem ofensa) estarão mais desculpados porque se nos afiguram mais semelhantes ao pôvo em virtude de se encontrarem isolados do resto da trupe seguidista do governo e assim nem voz terem para se manifestar.Esta é uma metáfora mal humurada pois o assunto é tão sério que corre o risco da votação em mais um governo PS e as massas que se alimentam dele...patrocinarem a fome dos Zés coisas e dos jumentos de carga que somos nós...

Não apareço muito...mas estou sempre atenta á sua esforçada conduta cívica e ao seu empenho dinamizador esclarecido, pelo País que é o nosso e a obrigação que dele temos de cuidar, deixo-lhe o ABRAÇO reconhecido pela resistência.

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