DO ALICIAMENTO AO BRANQUEAMENTO
Há alguns dias, eu, que sou mais um desempregado engendrado pelo Sistema Socratinesco de desonestificar e fazer estéril e deserto tudo aquilo em que politicamente toque, sobretudo o opositorzeco blogueano, fui aliciado a deixar de escrever o que bem entendo sobre a situação abominável de Mentira e Falta de Vergonha no País Político Português actual. E a deixá-lo em troca nem sei de que coisa ambígua revestida de ironia. Evidentemente que não posso renunciar à minha natureza nem aos meus olhos, mesmo com perdas pessoais, evidentemente, e bem grossas. Por isso resisti como parece que Joana Amaral Dias terá resistido a um assédio e aliciamento nunca vistos neste Estertor Socialista, ao que parece directamente de José Sócrates: «ao ter oferecido à militante bloquista Joana Amaral Dias um lugar de Estado em troca de apoio às listas socialistas para as legislativas e ao insistir em convidá-la para cargos de Estado em troca de um eventual apoio, seja a chefiar um instituto público na área da saúde, seja num qualquer lugar de Governo.». Assim vai o desespero emulsionado de pouca-vergonha em gente capaz de tudo para garantir o sorriso do Poder Imerecido. Nada que não fosse concebível dentro da degradatória e inaudita linha mefisto-maquiavélica a que este pequeno Fausto se têm entregue. Na verdade, este Governo e o seu PM são uma nulidade no que é palpável e essencial: aplicação do QREN (3%), aplicação dos prometidos fundos de combate à Crise (13%). A Oposição feita pelos blogues e pelos fora — Oposição muito além da categorização pífia de Direita e de Esquerda — não se cansa de recordar que o ímpeto reformista do actual Governo foi agressividade e desmoralização infrenes contrabalançadas e atenuadas com propaganda. A Mentira, o Marketing, o Power-Point, as Estatísticas, os Relatórios falsos da OCDE, o Controlo Paquidérmico da Comunicação Social — a enorme fanfarronice e maior ainda soberba do Zé Neuras. Tais acusações são confrontáveis com os factos mais límpidos. O Governo fala na redução do número de funcionários públicos, mas não fala no acréscimo de parasitas na Administração ao serviço redundante de toda a espécie de gabinetes governamentais, criados ab nihilo*, para satisfazer o apetite insaciável das clientelas, não fala nos Observatórios de Empregar Boys e Girls para cruzar os Prada em cima da mesa do gabinete e controlar vagamente o que a bloga nacional pensa de este Executivo, a sua maledicência como último recurso e o seu pessimismo de esbulhados e ignorados das Políticas Desumanas. No programa apresentado em 2005, o PS prometeu menos 75 mil funcionários públicos. Resultado no final de 2008: menos 60 mil. É pouco, pergunta o João Galamba? É de mais, responde a sociedade de todas as falências, esvaziada de verdadadeiro empreendedorismo e de uma economia que absorva mão-de-obra fora do Estado. Sem preparar o País para as consequências sociais de esse corte, o PS cumpre o 'objectivo' mas por alguma razão a despesa corrente do Estado, bem antes da Crise, mesmo assim explode para índices nunca vistos ao que temos de perguntar: para que serve cortar em funcionários públicos, seguindo à risca as recomendações de Bruxelas, se o regime de favorecimento amiguista inter-socialista abocanha todos os recursos de dinheiros públicos e as MegaEmpresas encontram toda a espécie de respaldo priviligiado da parte do Governo, plataforma de caução ou bloqueio aos negócios, a todos os negócios num país minúsculo?! O que é governar? É fazer evadir-se toda a gente jovem do País?! Não é isto governar para o Boneco?! Ufanar-se o João de que "nunca num regime democrático se fez uma redução desta dimensão" é na verdade ufanar-se de um lixo moral. A jactância do sr. Sócrates com o défice é efectivamente criminosa porque para esse défice se efectivar famílias como a minha e pessoas como eu foram injustamente reduzidos à mais extrema miséria, foram encurralados de uma só vez pelo Fisco, pelo Desemprego e por um Cerco de Fumo Fantasioso bem montado enquanto durou a pantomina com que se descreditou o cidadão professor, o cidadão enfermeiro, o cidadão polícia, o cidadão juiz. Nunca se puniu tanto português comum, nunca se desmoralizou tanta gente de uma só vez, nunca a emigração portuguesa disparou com tanto fulgor para quase toda a parte, Angola, Europa, Grande Moscovo, nunca a treta governamentalesca mais impudica grassou livre e sem censura pois grande é o desânimo e ainda maior a anomia. Novamente, entre os simplexianos, o João Galamba é mais um que não viveu no mesmo país de carências e misérias em que habitei nos últimos quatro anos e meio, em parte por razões meramente políticas dentro de essa malícia dicotómica que fez, por exemplo, com que o sr. Sócrates processasse João Miguel Tavares, José Manuel Fernandes, Paulo Ferreira, Cristina Ferreira e o jornal Público e amasse um Daniel Proença de Carvalho ou um José Miguel Júdice, estrídulos apoiantes de esse Asinus Aureus. No terreno houve quem fizesse outro tanto com infinitos portugueses mais e com nulo estrilho mediático.
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Comments
Y gracias por tenerme entre los blogs que sigues, que chévere
Saludos desde Caracas-Venezuela
Eliana Quintero
Jacinto Gouveia
Este PS é de Ultra-Direita.