PITTA SIMPLEXIANO E A ABSURDIDADE ABSOLUTA
Mais argumentário fantasista no SIMplex, de esta vez de Eduardo Pitta, a merecer que se contraponha um outro: A Opinião Pública não tem questões que a dividam no plano das minorias ou maiorias. Quando se é enganado e enganado muitas vezes, quando PS e PSD mostram de quanta corrupção são entretecidos, há pouquíssimas dúvidas, embora o hábito de votar no mesmo e o abstencionismo consumam todas as possibilidades. Foi-nos vendido por décadas o gato por lebre da necessidade de maiorias absolutas de estes dois partidos para preservar a "estabilidade governativa". Nada mais contraproducente e desgastado. Há países com governos sérios, líderes incorruptos, em que os acordos parlamentares pós-eleitorais com a oposição permitem governar em minoria e isto deveria e poderia ser feito à esquerda e à direita em Portugal. Infelizmente, não existe sequer experiência que demonstre o contrário de essa possibilidade. Nos últimos quatro anos e meio, o PSD teve uma flutuação natural devido a lideranças mal maturadas e reagiu como deveria, em sintonia com as populações e os seus problemas, o que é diverso de populismo, e fê-lo nos momentos-chave seguintes: [1] na insurgência contra as leviandades dos cortes consumados de urgências e maternidades sem tacto, sem pedagogia, sem gradualidade preparatória das populações, com mortes em ambulâncias em plena estrada, factos que determinaram por fim a demissão de Correia de Campos; [2] já sob direcção de MFL, o PSD reagiu com compreensível compreensão pelos camionistas economicamente estrangulados com a alta dos combustíveis, Junho de 2008, com um morto nos piquetes, levados a exacerbar os seus protestos quando a mais crassa ataraxia varava o gabinete do então e Ainda-PM; [3] o PSD agiu em óbvia cumplicidade objectiva com os Professores esmagados, vexados e oprimidos por este ME no caso da pífia avaliação-trambolho urdida no Planeta Kafka, e não só, matéria ainda hoje na ordem do dia e fonte de impasse e clima de guerrilha aberta nas escolas. Ora, quando o PSD quase de certeza chegar ao governo governará, deseja-se, ao encontro do que for razoável para os Professores, rasgando o que foi feito de malicioso, irrazoável e martirial aos Professores, avaliando finalmente a competência científica e pedagógica dos docentes mas sem os discriminar nem encaixotar nas quotas absurdas que abrem a porta a toda a espécie de favorecimento indevido, aleatório e partidocrático. Porque o resultado de 27 de Setembro nunca poderá ser a maioria relativa do PS, nem sequer é cogitável a possibilidade de o PCP e o BE viabilizem o programa de um Governo PS com um legado devastador a todos os níveis, menos no Fogo Fátuo de todas as Sugestões e Aparências. Nem sequer é pensável que Sócrates governe «mais uns tempos» gerando não apenas escândalo entre os cidadãos mas também enorme instabilidade por razões de moral e ética públicas, confundindo o espírito de todos quantos nem dependem do PS-Estado nem trabalham para o Estado-PS. Ou pelo menos nem querem depender nem querem trabalhar como se essa entidade de Grossos Favorecimentos Grupusculares agisse por Portugal, e não age. Se a maioria relativa for do PSD seria naturalíssimo que o conjunto dos deputados com bom senso colocassem de lado esse velho jargão improdutivo da esquerda e da direita, num País em Perigo de Viabilidade, para convergirem no essencial e corrigirem as feridas e falsificações de toda uma legislatura de Fantasia e de Mentira, de Favorecimento só dos Poderosos capazes de retribuir devidamente aos rapazes de este PS. Eduardo Pitta termina o seu vasilhame de argumentos-de-hélio contando a hipérbole de um facto passado. Não colhe. Os tempos então eram verdes. Por isso nem vale a pena vir para terreiro agitar o papão circunstancial de Alfredo Nobre da Costa, primeiro-ministro do III Governo Constitucional, ter sido imposto em 1978 por Eanes e que o Parlamento fez cair ao fim de pouco mais de 80 dias. Não avestruzarás, Pitta, nem tratarás por imberbes os eleitores. É caso para perguntar, tens mais argumentos num tom tipo Ó Evaristo, tens cá disto? Depois de ver o BE e o PP a trabalhar cooperativamente na Comissão de Inquérito ao Sistema Bancário, não posso acreditar nem em balelas de instabilidade nem em historietas da Carochinha, quando as galinhas tinham presas de sabre.
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