AINDA A GRANDE DEVASSA


Um levantamento exaustivo e altamente esclarecedor do problema
pode continuar a ser lido aqui. E dá que pensar. O medo do blogue em abstracto,
medo conducente à manifestação de um de poder pseudo-penetrante e aparentemente eficaz
nas suas pretensões dissuasoras de manifestações demasiado independentes e individuais,
esse mesmo medo perpassa as estruturas do Estado mais despreparadas para o contraditório
e determina muito da sua actuação preventiva e intimidatória sob a histeria aflita
dos seus principais agentes. Vimo-lo grosseiramente contra António Balbino Caldeira
e agora percebêmo-lo muito bem contra o autor principal de O Jumento,
para não falar numa infinidade de funcionários indevida
e despudoradamente molestados no abusivo e intrusivo acesso
ao seu correio electrónico.
lkj
Se em abstracto um blogue concreto pode assim ser alvo de perseguição
e de repressão; se essa demonização comparece e é altamente patrocinada,
sob a forma de medidas extremadas altamente invasivas do foro individual,
temos a temer que no País não trilhemos afinal um caminho
no qual o indivíduo é respeitado, mas sim um caminho em que o indivíduo
é para ser suprimido e sacrificado, longe e fora de uma lógica de transparência,
fora dos princípios da justiça, da democracia, fora do controlo pelos cidadãos
de quantos parecem afinal estar sumamente vocacionados
para normalizar e controlar-aviário a liberdade e cidadania de toda a gente:
lkj
«Acontecimentos como estes só são possíveis numa democracia com trinta anos porque a Administração Pública ainda é gerida por gente pequena e ambiciosa para quem os seus próprios fins justificam os meios, não hesitando em usar os poderes do Estado para protegerem as suas carreiras, para eliminar concorrentes e para criar uma barreira de opacidade que os proteja do escrutínio público. Gente que chegou ao topo do Estado depois de anos de golpes baixos, depois de rastejarem junto de chefes, de lamberem as botas aos políticos ou de aderirem à Opus Dei ou a outras seitas mais ou menos secretas.
[...]
Nasci e cresci numa terra dominada pela PIDE pelo que este tipo de gente não é nova para mim. Mas confesso que tenho mais respeito pelos pides desse tempo do que por estes velhacos, os pides acreditavam no sistema que protegiam, os velhacos de agora não hesitam em recorrer à repressão e ao medo para protegerem os cargos que lhes dão acesso às mordomias de uma democracia cada vez mais doente, uma democracia entregue a gente pequena.»
lkj
in O Jumento

Comments

-Há que identificar e perseguir essa gente que se refugia num submundo, caluniando tudo e todos, pessoas responsáveis como os admnistradores da Gebalis não veriam as suas promissoras carreiras em risco se um pequeno episódio não fosse imediatamente amplificado nas suas proproções. Para mais 99% do que lá se escreve é lixo, salva-se o Abrupto e quem o seu dono que tem mais poder a escrevê-lo do que teria como secretário de estado, entender.
Nilson Barcelli said…
Os fins nem sempre justificam os meios.
Deplorável, até porque há processos de controlo de outro tipo...
Abraço.

PS: obrigado pela tua visita e comentário (penso que o primeiro). Volta sempre.
Marcos Santos said…
Josh...
Vai me desculpar, pois fiquei impressionado com a foto e tive que interromper a leitura. Depois continuo daqui.

Um abraço

(irmãoxinho...que disposição do cara...)

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