OGE 2009 EXPLICADO À PRÉ-PRIMÁRIA


A posta seguinte, que se transcreve do blogue Fliscorno faz uma desmontagem
explicativa das tretas triunfalistas associadas a um discurso
demagógico, nunca saberemos se bem untado, sobre este OE2009,
tretas impropriamente encontráveis na pena honesta de um Nicolau Santos,
de quem se esperava acrescida isenção e profundidade,
e de quem nunca se espera uma sua leitura da realidade
que também ela obedeça às supremas leis do mercado, da oferta e da procura,
sendo que o Governo agora que há eleições banca tudo o que o favoreça desde logo.
Ora, merece a dita posta do dito blogue ser lida de ponta a ponta, como quem acede
a um pouco mais de verdade. Se o Nicolau Santos governativo marketinguescamente
substima as crianças, vale-nos que o Fliscorno e milhares de nós o não faça:
klhj
«Nicolau Santos escreveu no Expresso de 18 Outubro 2008 uma crónica intitulada
“O Orçamento do Estado 2009 explicado às criancinhas”. Conclui desta forma:
çlk
"José Sócrates vai entrar no último ano de legislatura com três trunfos de peso: conseguiu a redução do défice orçamental para o nível mais baixo de sempre desde 1974; conseguiu a redução líquida no número de efectivos na Função Pública de 51.476 pessoas, o que nunca tinha acontecido nos últimos 30 anos; conseguiu uma criação líquida de empregos que ronda os 100 mil, numa situação económica muito desfavorável. Poder-se-ia ter feito mais? Certamente. Mas nunca se fez tanto."
lkj
Vejamos. O défice diminui graças a um aumento massivo de impostos,
situação dificilmente repetível. Acresce que, já descontando a inflação,
a despesa pública apenas diminuiu em 2006, tendo aumentado em 2007,
estima-se que aumente em 2008 e o OE2009 prevê o seu aumento em 2009.
Acresce que as progressões nas carreiras estão congeladas
há três anos e suspeito que há dívidas que simplesmente não estão a ser saldadas
(exemplo: as farmácias ameaçam ir para tribunal
por falta de pagamento por parte do estado).
Lá se vai o primeiro grande trunfo.
lkj
Quanto ao segundo, a redução do número de funcionário públicos,
sabe-se que faltam polícias, médicos, funcionários judiciais, etc.
pelo que me interrogo se a diminuição de pessoal
ocorreu apenas entre os funcionários públicos que nos prestam serviços directos
ou se também chegou ao polvo estatal das direcções regionais,
governos civis, empresas municipais, governos regionais,
ministérios, secretarias de estado, etc.
lkj
Finalmente a enumeração desse terceiro grande feito,
a “criação líquida de empregos que ronda os 100 mil”,
encerra um aparente paradoxo. Então o estado faz desaparecer
51.476 mil empregos, mas faz criar 100 mil? Só não há contradição
pelo simples facto de o estado não ter criado 100 mil empregos.
lkj
Eventualmente terão sido criados pelos privados;
não foi o estado que os terá criado.
José Sócrates não é visto nem achado para o assunto.
Caso contrário também se teria que associar o PM aos milhares de pessoas
que entretanto ficaram no desemprego. É realmente um artigo para explicar
o orçamento de estado às criancinhas.
Presume um grau de ingenuidade que se espera não encontrar entre os adultos.»
lkj

Comments

Anonymous said…
Ó cambada ... se o défice está alto, aqui d' el Rei; se a função pública aumenta os efectivos, não pode ser que é um sorvedouro; se há ou não empregos, aumentaram os desempregados ... não há alma que aguente esta verborreia destes badamecos pagos a peso de prata para mandarem umas bacoradas quando e onde lhes apetece!

E a turba rejubila.
Mas ouçam lá, o OE 2009 é uma bosta? É, sim senhor. Digo-o eu também.
Mas já ouviram algum estafermo de merda destes gajos que se dedicam a isto alguma vez dizer que algum Orçamento estava bem feito?
E ainda rejubilas tu, Joshua, com este lodaçal?
E dás-te ao trabalho de recortar o que outros gajos escrevem e uns terceiros ainda pilham?

Raios te partam, homem de Deus, não precisas desta coisa para nada ... tens inspiração e qualidade mais que sobeja para não andares a dar tempo de antena a quem, provavelmente, não te liga um corno!
Anonymous said…
Olá joshua! política, política, política e snaps... ora, isto não é nada friendly! Odeio política e snaps! Eheheheh! Vou ver mais para baixo, a ver o que encontro...
Anonymous said…
Voltei só para dizer que encontrei coisas mais a meus gosto nos seus outros registos. Se calhar enganei-o com o friendly... Os texto dos outros Joshuas são é demasiado longos para o meu momento actual. Mas gosto mais de música, arte, Kafka, ... a leitura não é fácil, o texto é elaborado, mas sou capaz de aprender um bocadinho mais por lá... do que por aqui.
Até!
layla lauar said…
Vim agradecer e retribuir a sua visita e os cumprimentos por lá...
peço desculpas por não comentar o seu texto, mas aqui no Brasil temos um ditado que diz, "sapo de fora não ronca" ...portanto, deixo para postar comentário em outra ocasião.

um abraço
quink644 said…
E há medidas que ninguém se atreve a revelar... por exemplo, que os professores contratados, que deveriam ter sido colocados em Setembro, só agora começam a sê-lo, para o Estado lhes pagar menos dois meses de ordenado e não lhes contar o tempo de serviço... Já nem falo com os horários propositadamente incompletos, desdobrados em dois e outras maningâncias que para aí se fazem para se poupar dinheiro para dar aos mesmos de sempre...
Olá Joshua. Agradecido pela referência. Ainda sobre este assunto, lembrei-me no outro dia da ERC e da sua obsessão pelo contraditório. É que não tenho seguido atentamente as televisões - posso por isso estar equivocado - mas será impressão minha ou quando há comentário económico a fazer lá aparece o Nicolau Santos? Duma coisa me lembro, ele foi um dos que participou (pobremente, na minha opinião) na última entrevista a Sócrates. Enfim...

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