BAIXAS NO CORTA-FITAS

Afinal, falhei na previsão constante da posta imediatamente anterior.
Julguei que não haveria uma catadupa de dissidências no Corta-Fitas,
solidárias com o Paulo Cunha Porto, de saída do referido blogue,
um dos meus favoritos e melhores da bloga portuguesa.
lkj
É humano que as pessoas tenham os seus brios e reajam como pensam dever.
Que lhes tenha custado que a democracia, a tolerância e a paciência,
competentissimamente lavradas em postas sobre postas,
venham todas a ruir fragorosamente quando vertidas em carne e osso,
nas tais embaixadas especiais (pensei que só veria disto
em certos grupos zelotas de Igreja, moderadores da felicidade e fruição alheias!)
por moderação e contenção, quando bastaria o papel moderador
do tempo ele-mesmo, ou processos menos graves,
invasivos e confrontadores de sugestão.
lkj
É como escreve outro dissidente, o João Távora, tal blogue
saberá superar mais esta pequena crise, pois os demais humanos sempre tontos,
apaixonados e excessivos, ciumentos e zelosos, corrosivos e herméticos
também as superam sempre, dando-se ou não uma importância
que efectivamente nunca terão, a não ser nos planos insondáveis divinos.
lkj
Mesmo eu, que sou muito humano e sensível a este tipo de coisas detestáveis,
a esta urdideira, esta conspiratividade em bloco,
a esta forma de superioridade ideológica,
e apesar de muito culto, muito vibrátil, muito ambicioso, muito imprevisível,
muito presumido, muito arvorado, muito melindrável,
muito ingénuo, muito vulnerável, muito excêntrico, cada vez mais monárquico,
porque cada vez mais por vezes clamorosa e hiperbolicamente radical,
e, quando mais louco ou desesperado por reconhecimento,
também um agressivo parvalhão sem classe nenhuma, mas sempre a aprender,
mesmo eu tenho-me insinuado, como todos os outros, por toda a bloga nacional
com abundantes links e remissões, visitações e referências sem futuro ou pouco
ou comentários estéreis, servis ou libertários, amistosos ou ferinos.
ljk
Mesmo eu, escrevia, declaro que também
não tenho qualquer importância. Para que não haja dúvidas o declaro.
Chega-me bem saber ser amado, o que para outros é claramente insuficiente
porque precisam, além disso, de ter a Razão e a Força do seu lado.