NOVOS JUDEUS, NÃO SE UNAM, NÃO!


Estou convencido de que uma maioria silenciosa no País
aplaude vingadamente a forma como o executivo Sócrates
tem colocado a classe dos professores na ordem.
Como nada mais é ordenado e organizado, como a Justiça e a Economia
se transformaram em prorrogação, no primeiro caso,
e em carga Fiscal abusiva, no segundo, salva-se que os professores,
essa corja de parasitas vampirando os recursos do Estado,
suportem os tratos de polé das razões de queixa gerais da sociedade.
Funcionou perfeitamente que se tivesse transformado o professor
no Grande e Perfeito Bode Expiatório para um povo primário,
dependente da superficialidade, das meias verdades,
dos chouriços formatados na Imprensa e demais Media
comidos afinal à canzana submissa por quem bem sabemos.
lkj
Em Beja, por exemplo, o Conselho Executivo de uma Escola Secundária
demitiu-se em bloco porque a violência e o desrespeito contra professores
superara todos os limites do admissível e do negligenciado pela Tutela:
nada fora feito pelo Ministério, em três anos de instâncias e pedidos.
Consequência de esta mediática demissão?
Imediatamente os bombeiros do Ministério disponibilizaram
pagar a urgente segurança e conter o fogo de tal nefasto mediatismo negativo.
Chama-se a isto colher o que se semeou. Em três anos, a docência nacional
viu-se torpemente desprestigiada, sujeita ao malefício da má-fé geral,
marinou na maldade concorde e justiceira de muitos comentadores,
Pachecos [um poderosíssimo analista insuportável],
Marcelos [um camaleão frenético e pachorrento],
Júdices [um peneirento de dúbia moralidade Frei Tomás],
foi atirada para fórmulas de avaliação kafkianas,
com uma montanha de burocracia papeliana, quando uma Pen serviria,
burocracia obstaculizadora de tudo o mais que o ensino pressupõe,
tornou-se um alvo dos tomates e dos ovos podres, alvo do mais reles desprezivo
que ainda se aninha dormente no que de mais vil o Povo
reservava antigamente aos Judeus. Haverá quem lamente as mortes indirectas
de professores sob esta sanha atabalhoada nunca antes vista
no Portugal fracamente Democrático?!
lkj
O povo é aí autómato. Os professores são malandros, trabalham pouco?,
mensagem posta a circular e a cunhar o estigma? Há que fazer jus ao mote
e dar-lhes a coça, assediá-los com falta de paz, com escusada precaridade,
com a miséria que merecem e que os torna frágeis no bolso, metíveis no bolso,
e depois e por isso mesmo mais maleáveis, servis e timoratos,
o Governo por um lado, o Povo-títere por outro.
Se não aprenderem a bem, aprendem a mal.
lkj
Ora, falo por mim: a mim não me avaliaria nenhum galfarro docente
com cartão obediencial do PS, com menos qualificações e competências que eu,
com menos experiência em ser tratado com um pontapé no cu desmoralizador que eu,
com zero em capacidade de ensinar na liberdade e no cerne do problema
do Ensino em Portugal: a reforma da reforma da reforma da reforma... Da reforma.
Por isso, vamos lá a ver se os Sindicatos e as Organizações Independentes de Professores,
se aprumam, acordes, e acabam os primeiros lá com a brincadeira do jogo duplo,
compensados em géneros pelo Ministério para traírem e exporem
uma espessa maioria e logo por um prato de lentilhas.

Comments

Tiago R Cardoso said…
Por isso, vamos lá a ver se os Sindicatos e as Organizações Independentes de Professores,
se aprumam, acordes, e acabam os primeiros lá com a brincadeira do jogo duplo,
compensados em géneros pelo Ministério para traírem e exporem
uma espessa maioria e logo por um prato de lentilhas.


muito bem escrito e muito bem dito.
SP said…
Criativo, inteligente e com um sentido de humor tão ________________________.

Um abraço assim*
Pata Negra said…
Descobriram que bater nos professores dá votos. Não foi por acaso que, no comício de Guimarães, o único ministro que Sócrates exibiu foi a sua Ministra da Educação. Não foi por acaso que os 13 mil sócretinos presentes a aplaudiram de pé. Mas também não é por acaso que é fácil dividir os professores.
Abaixo o ensino público! Viva o xuxalismo!
Um abraço educadíssimo
Anonymous said…
O pior de tudo é que antes (é mesmo antes e não dantes! antes de...)os professores não trabalhava, só davam aulas e ensinavam. Agora, trabalham muito e tentam dar aulas, mas não conseguem ensinar.

Sem os snsps fica óptimooooooooo!
Peter said…
Razão tinha eu. Quando ataquei os sindicatos, pensava nos professores.
Joaninha said…
Os professores não trabalham?!

Credo, planta-me lá numa sala de aulas com 30 gafarros mal educados, indisciplinados e vais descobrir que afinal as Joaninhas são o animal mais veloz do planeta, qual Xita qual carapuça!

Só por isto já tenho uma enorme reverencia pelos professores.
Mas a isto acresce as horas que trabalham para preparar aulas, o tempo que perdem a inventar maneiras de tornar a matéria estimulante para os pirralhos pedantes, que querem mais é que o professor vá dar uma curva ao Bilhar Grande. O corrigir de teste agoniante, com disparates monstruosos, com o professor a tentar espremer uns pontinhos.

E depois, há os paizinhos etc, etc.

Os Professores merecem todo o respeito do mundo...Mas não o tem, porquê, ultrapassa-me, mas e daí eu não sou muito inteligente :)

beijos
Anonymous said…
Ó Joaninha:
"...acresce as horas que trabalham para preparar aulas, o tempo que perdem a inventar maneiras de tornar a matéria estimulante..."
Isto não era dantes? Agora não são só reuniões, papeis e planos de recuperação e mais reuniões e mais planos e...
Eu estou no superior, mas tenho ouvido os colegas dos ciclos anteriores a queixarem-se é disto...

Mas o que me deixa triste, mesmo triste, tão triste que até a tristeza fica mais triste, sabem o que é?
É que os professores bons estão a pagar por anos de balda de professores que foram muito maus e também por se submeterem continuamente ao sistema, muitas vezes por comodismo (e eu neste grupo!).
Quando o papel do professor começou a ser desvalorizado, nomeadamente no que respeita ao "impedimento" da punição de actos graves de indisciplina, o que se passou? Nada! Lamentos em cima de lamentos... Alguma escola ou grupo de professores teve a coragem de dizer "Nós continuamos a marcar faltas indisciplinares e a expulsar os alunos da sala de aula, venha quem vier". Não... foi-se na onda. E agora estamos neste ridículo estado de bandalheira educacional.

Realamente, hoje, tenho pena dos meus colegas do ensino básico e secundário. Está bravo!
Joaninha said…
Susana,

ISso é verdade, mas é também verdade que se a materia não for dada de forma a ser atractiva para os meninos e se depois os meninos não aprendem hoje em dia a culpa é do professor. Ou seja o professor tem de fazer o pino a ver se o menino aprende qualuqer coisa (porque o menino estudar em casa está fora de questão)por se não aprende a culpa é do professor que é mau e é chato e os paizinhos culpam os professores pelos maus resultados dos seus meninos, porque, Deus nos livre da culpa ser deles ou do puto que é calão.

Assisti a coisas deste genero com a minha mãe e com outros tios que são professores no liceu.

Por isso via minha mãe horas a fio a tentar inventar uma maneira de tornar o estudo da fisica apelativa para uma data de pirralhos que não estavam minimamente interessados. É certo que nunca lhe faltaram grandemente ao respeito, mas isso compreende-se se a vires compreendes bem :).

Por isso tenho muito respeitinho pelo professor, da primaria, secundaria do superior, qualquer um.
Joaninha said…
PS: E atenção que tornar o ensino da fisica apelativo é quase tão dificil como tornar rochas inteligentes ;)

beijos
This comment has been removed by the author.
Anonymous said…
Joaninha: concordo, concordo, concordo. Vai bater no que disse. Imagina agora que não há tempo para imaginar nada...
Quanto à física, sempre ouvi o Professor Ferreira da Silva, já jubilado, pela Faculdade de Ciências, dizer que "a física é bela, os profs é que dão cabo dela!"

Ehehe!
Fizeste-me lembrar velhos tempos!
Os professores são chatos: pensam e têm a mania de ter espírito crítico, por isso, criticam o governo. Isto é inadmissível, pois afinal quem lhes paga? É preciso amansá-los, pô-los na linha, dar-lhes tanto trabalho estúpido e sem sentido que não deixe espaço para pensamentos desviantes. O país não precisa de cabeças pensadoras, mas de braços para construir as magníficas obras de regime cujo pagamento o Estado às empresas fica a dever. E ai de quem exigir o que é seu: nunca mais terá paz por parte dos implacáveis fiscais das finanças!
Anonymous said…
Pedro: esqueceu-se de dizer: viva Salazar!
Ironia, Susana, ou mera tentativa menos bem sucedida, pelos vistos. :)
Anonymous said…
Ehehe! Pois é Pedro "É preciso amansá-los, pô-los na linha, dar-lhes tanto trabalho estúpido e sem sentido que não deixe espaço para pensamentos desviantes". Esta frase soa-me algo familiar...
;)

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