VISITAÇÕES NA BLOGA E O TAL AVAL


Foi como se tivesse feito léguas de mais ultimamente.
Fui novamente ao encontro do povo da bloga que anda por aí disperso,
muito rotinado nas suas rotinas visitacionais e pude ver e sorrir com milhentas coisas.
Também vi do que não gosto e não faz parte de como sinto a vida,
mas isso é quotidiano e penoso enquanto se estiver vivo.
lkj
Houve de imediato encontros que deslumbraram de promissão,
geminação de almas, como o caso que retenho, entre muitos,
do experiente, muito sábio e certeiro Peter,
comoventes mesmo, mas que logo foram talvez destruídos como falsa partida,
por, de repente, parecerem acobertar e consentir na bajulação impostora,
no plástico interesse plastificado da parte do visitador inaugural, que era eu.
lkj
Ou então, noutros casos, foi o nervosismo concorrencial local,
dos habituais e ferrinhos sempre residentes ali e acolá,
a garantir as suas visitas certas,
e que, intimidados pela invasão nova, nova novidade da minha chegada,
fizeram as despesas de me recordar ser eu indesejável ali, defensivos,
de trocarem pareceres de e-mail entre si sobre a indesejabilidade de mim.
lkj
O meu mundo não se abalou por isso, com, entre outras coisas,
haver bloggers que cuidam assim do seu rebanho,
como zelosos pastores e cães-pastor rigorosos,
muito vigilantes do transvio de uma ou outra rês dali para longe, reses
que vão compondo o seu estável ramalhete quotidiano sem aval para outros pastos.
Nessa altura multiplicam-se em visitas e em diligências observacionais,
reparam que nos disposicionamos e tacticamente já não estamos tão alheios
como no passado, acantonados no nosso canto silencioso e inócuo,
mas fazemos de igual modo, tal como eles,
essa omnisciência amistosa do charme beija-flor em circuito fechado.
lkj
Enfim, ser desconhecido é ser desconfiado no olhar alheio e temido.
Não ser completamente parvo nem parecer completamente parvo
é uma contradição prática e impossível no plano da esmagadora maioria dos casos
em quem visita e diz de raspão qualquer coisa, ao romper os seus habituais limites.
lkj
Alieno-me, confesso, ao ir por aí a levar com a porta na cara,
a ser mal recebido e mal-tratado, como um verme a mendigar atenção e existência.
Enquanto o faço, esqueço certas coisas árduas e embrenho-me nisso
como um alienado que se iludiu a decididamente poder rasgar mais um pouco
o manto cruel do injustificado isolamento e do anonimato injustificado.

Comments

antonio ganhão said…
Eu me vitimo... logo existo.
Anonymous said…
Segue, imparável, o teu caminho!
Eis o que te digo ... manda às malvas os zeladores da moral e os guardiães de rebanhos, assim como os asininos que nos seus requebros de pretendo humor britânico nos querem fazer parecer menores que o seu ego desmedido!
Teresa Durães said…
já há muito tempo que não ligo a muitas coisas da blogosfera. haja paciência
Peter said…
"Houve de imediato encontros que deslumbraram de promissão,
geminação de almas, como o caso que retenho, entre muitos,
do experiente, muito sábio e certeiro Peter,
comoventes mesmo, mas que logo foram talvez destruídos como falsa partida,
por, de repente, parecerem acobertar e consentir na bajulação impostora,
no plástico interesse plastificado da parte do visitador inaugural, que era eu."

Lamento bastante ter ficado com uma ideia errada a meu respeito.
Será sempre bem-vindo no n/blog, pois não é só meu. Os seus comentários serão sempre bem aceites,porque válidos e não apenas para aumentar o número de visitantes, o que é para mim despiciente.

Abraço
Anonymous said…
Mas que blogosfera tão complicada :/

Confesso que sempre fui bem recebida (digo eu) por todo o lado onde enfiei o nariz e creio que recebo bem quem vai ao meu...

Quem gosta de estar fica, quem não faz o genero parte para outra...
Não vale a pena complicar ;)

Espero que a tua impressao da minha pessoa não seja ali como o Peter!! ehehehhe

beijinho... há espaço na blogosfera pra todos :)
Carlota said…
Esta caixa serve perfeitamente.
Foi esta a conclusão a que cheguei quando, seguindo o teu perfil, me deparei com a dezena de blogues do autor. Entrei no que melhor conhecia.
É para agradecer e retribuir aquela frase dos irmãos na festa, embora veja que por aqui a festa é mais discreta. Mas igualmente boa.
Até breve, Joshua!
Pata Negra said…
Acontece a todos. A diferença está aqui: dizê-lo.
Por acaso não te estavas a referir também a mim?!
É que se estavas... continuamos ligados como sempre! Não sei porquê nem vou perder tempo com isso! As palavras duras são sempre agradáveis - desde que não sejam de pedra!
Um abraço inconveniente
joshua said…
António, gosto quando, por uma vez, falas por ti.

Tarantino Ferreira-Pinto, acalentado por ti irei mais além somado à minha resiliência natural.

Peter, a minha ideia errada ensaiada a teu respeito é, se olhada mais de perto, uma declaração de amor incondicional ao Peter.

Korrosiva, a minha impressão de ti é impressionadamente boa.

Carlota, estava a 'nossa festa' a precisar do complemento de este pólo aqui passado a limpo pelos teus benígnos olhos. Obrigado.

Pata Negra, meu amigo, é como bem disseste: se as palavras forem como certos corações humanos e sensíveis, nunca serão de pedra, embora possam ser duras.

E tu, caríssimo, pertences à elite dos bons corações que muito prezo. E não. Não fazes parte da lista de pastores zelosos arrolados na minha ementa de-dizer-tudo textual.
Joaquim Alves said…
A ti Joshua repito-te o abraço que deixei no meu espaço, aberto a todos os que se respeitam e respeitam os outros.

Ah, e destas coisas dos blogues não percebo nada:
Escrevo e leio, leio e escrevo!
A liberdade é um lugar paradisiaco, pena que tão poucos a consigam alcançar.
joshua said…
Lusitano, esse abraço é recíproco porque és humano e bem o demonstras.

António, a liberdade interior pode sempre salvaguardar-nos um pouco melhor do confronto doloroso com os outros, mas sempre nos vitimam, ainda que nos não vitimemos profissionalmente. Não esqueço o que certos anónimos te fizeram e me fizeram.
Peter said…
joshua

Continuo a dizer que tens uma ideia errada a meu respeito. Escrevo algumas coisas sobre o Espaço e pouco mais. Acabo de comprar de Lubos Motl "Equação Bogdanov - o segredo da origem do universo?". É uma ediçãp da Gradiva já deste mês. Procuro estar actualizado.

No essencial, a questão colocada por Igor e Grichka Bogdanov foi a seguinte: existiria "alguma coisa" antes do Big Bang?
Joshua

No turbilhão das tuas palavras muitas vezes encontrei sossego. Porque és um homem que não abdica de ser igual a si mesmo, de dizer o que sente conforme sente, de se exprimir com toda a dor e toda a raiva que produzem os afectos. E também as injustiças.
Não é fácil ser-se professor, amar os alunos, entregar-se à causa e ter que fazer algo diferente porque o mundo dos "yes men" é sempre o que prevalece.
Compreendo e sinto os teus gritos, a tua crítica por vezes abrupta, os teus irrompantes por vezes agrestes.
Mas o teu espaço é um espaço especial duma pessoa com uma cultura incomum que não se conforma.
Sempre te leio. Nem sempre comento porque os teus textos exigem demasiado quer pela profusão, quer pela extensão, quer pela análise a que nos obrigam.
Eu sentir-me-ia mais pobre se um dia não encontrasse o teu blogue e essa tua figura que não se deixa formatar e que acrescenta por ser diferente.
Sabes, Joshua, é normal não sermos aceites por todos. É sinal que o que dizemos tem alguma força. É sinal que num mundo de rivalidades e competitividades, mesmo nas coisas mais comezinhas e absurdas,ainda somos um ponto de referência. (cópia de resposta ao teu comentário no Silêncio Culpado).

Abraço
Tiago R Cardoso said…
tou como o Lusitano, escrevo, leio, troco ideias, mas também fui mais longe e criei amizades.
Blondewithaphd said…
Amiguito,
Isto dos blogs é como vida! Copy paste do melhor que há! E levar com a porta no frontispício então é do mais banal. Soma e segue, quem gosta gosta, quem não gosta... azar.
antonio ganhão said…
Afinal tu gostas de todos nós e a todos nos amas... bonito Josh, gosto de ti assim. Coerente e consequente.
joshua said…
Caro PETER, conheço os irmãos Bogdanov de outro livro cooperativo que escreveram com Jean Guitton 'Deus e a Ciência'. São livros assim que reforçam a minha ideia errada acerca de ti.

Caríssima LÍDIA, somos efectivamente [os anos somam-se, o tempo passa] consolidados vizinhos nesta filigrana de relações potencialmente ricas e mutuamente devedoras da bloga. Confesso o quanto te devo pela pedagogia, pela paciência e pela abordagem de temas que passam rente ao profundo no humano por contraste com políticas dentro do paradigma desumanizador que ambos tanto verberamos. Obrigado pela amizade e pels palavras que tanta justiça me fazem como só tu poderias.

TIAGO, és um bom coração, bem amigo e solícito, posso testemunhá-lo e muito para além da bloga. Só espero que nunca percas essas qualidades de carne e osso e me mantenhas entre os teus amigos de abraço, que saem de cada jantar mais família, mais felizes, mais próximos [com alguns períodos de crise motivada por um trabalho/emprego fugidio que me instabiliza esta cabeça às vezes em incríveis cozeduras de sofrimento e insatisfação].

BLONDE, sabemos que tudo isso é verdade, mas há sempre a tentação exploratória de sermos amados à primeira leitura, como foi de resto o nosso feliz caso, o teu e o meu e o dos nossos amigos Tarantino, Tiago, António e muitos mais. Mas, sim, a palavra é essa por ti enunciada SEGUIR.

IMPLUME, esse [amar] é o ponto para toda a gente com todos os pecados perturbadores de o conseguir pelo meio.

Bem sabes que eu sou um grande pecador do Verbo e da Verve, portanto, pouco coerente e pouco consequente, não era preciso vires ironizar. Tu, pelo contrário, é que não tens quaisquer pecados. Por isso, mais do que de mim, gostas é de pegar nos pedregulhos do sarcasmo para semear de todas as vezes uma palavra-Sibila definitiva sobre mim. Célebre és pela conhecida frontalidade enigmática do Oráculo.
Marcos Santos said…
Sabe Josh,

Sou um engenheiro que vive a vida vendendo queijos. "Portadas na cara", já tomei no café da manhã, almoço e jantar.

Prejulgamentos fazem parte da vida, e aqueles que se expõem como tu ou como eu, que me apresentava como um simples carregador de derivados do leite, serão sempre os primeiros da fila. As pessoas julgam o que vêem e condenam o que não entendem.
Não ligo a mínima e nem lamento, pois sei quem sou, e a muitos daqueles que me julgaram, já estendi a mão.

A blogosfera é a nova forma de viver as relações. Somos pioneiros e sofremos com os comportamentos humanos que vivenciamos aqui, no etéreo, como se do outro lado não existisse um homem ou uma mulher, como nós.

Abraço
Anonymous said…
O livro «Equação Bogdanov: O Segredo da Origem do Universo?» é da Gradiva?
Já olhaste para a capa do livro? Já abriste o livro?
Então compraste o livro, para te manteres informado, e dizes que é da Gradiva?
Abraço. FA

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