ESTRELA PARLAMENTAR ALIENADA


Outra. Mais uma. Quem acompanha as sessões de digladiação interpartidária no Parlamento, aliás estéreis e primitivas por maior falta de educação e sentido construtivo no essencial dos seus actores, percebe que Paulo Rangel representa sangue novo, justeza intelectual e pureza assinaláveis no conjunto dos parlamentares já funcionarizados, já acríticos, bem longe da nobreza moral de um Adriano Moreira para não evocar um ou outro raríssimo estilo honrado de carácter vincado e que não é certamente o caso da dinossauriedade ultrafuncionária de Arons de Carvalho, mas também não o é de Manuel Alegre, cujos arrufos e rituais de esquerda têm épocas e têm sobretudo interesses de lista, mais que quaisquer outros sérios e de levar a sério. Veja-se como a guitarra de esquerda agora toca baixinho. Paulo Rangel é quem mais se destaca nas derrotas infligidas ao estilo abusivo, grotesco, impante e evasivo que José Sócrates farsantolasmente assume, tique teatral e foguetório pelintra sem correspondência absolutamente nenhuma no plano da acção concreta perceptível e verificável pelo pior dos observadores. Na sequência das opções de Paulo Portas em europeizar em cadidatos os seus melhores representantes no Parlamento Nacional, Nuno Melo e Digo Feio, vem agora o PSD alienar do mesmo modo a sua maior estrela parlamentar, Paulo Rangel. No caso das opções de Portas, a leitura é complexa e plurívoca quanto aos efeitos pretendidos e quem prodigiosamente lhe chamou Sócrates-em-Pequeno (com evidente efeito irónico do apodo significando poder bruto exercido à bruta) não falhou. Ao PSD, parece interessar que o efeito pretendido seja pelo menos capitalizar o brilho parlamentar e a evidência do seu líder em face do cinzentismo troglodita e trocatintista de Vital Moreira, o qual, como se sabe, exerce com o seu blogue um mero papel de xyloglossariado (língua-de-pau) do socratismo e logo nos seus piores e mais devastadores pressupostos sociais ao passo que, enquanto candidato às Europeias, é, nas palavras de Constança Cunha e Sá, aquele «que ia ser eleito contra os "rostos do passado" que, como o dr. Durão Barroso, se deixaram seduzir pelos excessos do mercado e pelas aventuras do sr. Bush,» mas que «transformou-se, de repente, por obra e graça do destino, no candidato oficial de um partido que apoia precisamente tudo aquilo contra o qual ele, na sua candidatura, garantiu que se ia candidatar». No mínimo. Perante este cenário global, reitero a ideia de que é mau presságio cavar tal degradação da qualidade dos representantes no Palácio de São Bento com exílios de paz e sossego nas sinecuras europeias, que passarão a ser pagas duplicada e principescamente na exacta proporção da deriva burocratzante da funcionarite que varre as suas instâncias: «A comissão permanente do PSD confirmou há pouco a indicação de Paulo Rangel como cabeça de lista às eleições europeias de Junho. O nome do líder parlamentar será anunciado em conferência de imprensa já agendado para mais logo, às 20h15. Neste momento está a decorrer a comissão política nacional onde será confirmado.»

Comments

antonio ganhão said…
Uma perda para o parlamentarismo português! Fica mais cinzenta a AR.
Daniel Santos said…
Entre Rangel e Vital, prefiro ficar em casa.
Anonymous said…
este post é um nojo. só adjectivos e nem uma ideia. vim aqui ter através do Público, e não volto
luís carvalho
Karocha said…
Convém ao "centrão" Joshua, tal como o Nuno Melo,brilhante parlamentar.
Incomodam!!!
joshua said…
Ó Luís Carvalho, vá com Deus, que eu dispenso Azeit'Asnos.

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