MAIS PROCESSOS. MAIS PRESSÕES

É impossível apagar a impressão geral de que nada correu bem ao silêncio desejado pré-fabricado em torno de este caso Freeport. A panelinha não correu bem. A gestão interna de pressões por um silencioso caminho até ao arquivamento-relâmpago não correu bem. O perfil absolutamente controlador e paranóico do primeiro-ministro avulta de novo e sabêmo-lo graças ao que foi ventilado pelos pressionados, afinal pressionados ao 'mais alto nível', segundo rezam as crónicas de imprensa um pouco por todos os diários nacionais. Naturalmente que agora Ricardo Rodrigues está irritado e indignado, assumindo as dores por quanto falhou de quem o controla a ele e, apoiado no regimento ou na conveniência, quereria pressionar agora, com processos disciplinares, os transvazadores denunciantes de que nada é límpido ou independente por ali. Por isso mesmo transparece que a matéria freeportiana está em roda livre porque escapou ao controlo dos que supostamente tinham como incumbência estrangulá-la e reduzi-la a Zero. Isso falhou. Quais os passos seguintes entre a malta coesa e capaz de tudo do PS? Quem mais perseguir? Quem mais processar? Quem mais acossar? Quem mais intimidadar?: «O vice-presidente da bancada do PS, Ricardo Rodrigues, um dos cinco membros eleitos pela Assembleia da República para o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), sugeriu na reunião extraordinária de anteontem deste órgão que se instaurassem ali processos disciplinares a pelo menos um de dois magistrados: o recém-eleito presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma, que denunciou a existência de pressões aos procuradores titulares do Freeport ou ao procurador-geral adjunto, Lopes da Mota, suspeito de ter exercido as pressões sobre os magistrados que investigam o licenciamento do outlet de Alcochete.»

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