AF 447 — AIR FRANCE INDEMNIZA
Nem outro discurso seria de esperar. Fragilizada na sua viabilidade há muito tempo, fica apesar de tudo bem à Air France declarar que deseja indemnizar as famílias das vítimas. No entanto, assim que toda a verdade do voo AF 447 se torne definitiva, sem margem para tergiversações, pode augurar-se ter a companhia eventualmente de fazer bem mais que isso, indemnizar. Provavelmente será sujeita a um caro e arrastado contencioso, caso se provem responsabilidades de gestão pelas exigências apertadas constantes nos planos de voo transatlânticos impostos aos pilotos, no âmbito das rotas e do combustível, pelos atrasos de substituição dos sensores de velocidade defeituosos, provavelmente determinantes na precipitação dos eventos, pois tudo leva a crer que o Airbus em piloto automático 'embateu', à velocidade máxima, num sistema complexo de massas de ar com acentuada turbulência e formação rápida ascencional de gelo, perfurando-as arriscadamente e com isso colocando o aparelho sob inédita tensão estrutural. Com toda a certeza, os técnicos da Airbus e da Air France possuem há muito uma ideia holística sobre o acidente, bem mais desenvolvida que a que se atrevem a divulgar, pelo menos enquanto o tsunami de um amargo luto sacuda as famílias: «A Air France quer compensar as famílias das vítimas do acidente do voo 447, que se despenhou no Atlântico quando seguia do Rio de Janeiro para Paris, no dia 1 de Junho. Morreram 228 pessoas e a maioria dos corpos nem sequer foram recuperados. A razão do acidente está ainda por apurar.»
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