ZELAYA, CHÁVEZ, SÓCRATES
O providencialismo político de que muitos governantes centro-sul-americanos se convencem e em que se concebem está a conduzir a situações ridículas com consequente resposta dos sistemas democráticos locais. Depois de Castro e Chávez, grandes perpétuos chefes de Estado, parecia ser agora a vez de Zelaya para, por assim dizer, se entronizar e se eternizar no poder. O golpe de estado nas Honduras, que toda a gente aparenta condenar, pode ter sido somente o mal necessário. Há golpes de Estado mais que justificados quando o poder político eleito trilha caminhos consabidamente corruptos e corporativescos. É preciso qualquer acto drástico que coloque em pratos limpos o pântano ético de todos os abusos. Não é por acaso que José Sócrates em Portugal se comporta para com o povo português como um grande Presidente centro-sul-americano, com muitos dos tiques e ambições cesaristas dos líderes da américa do centro e sul. Mesmo as políticas esbulhatórias parecem comuns, o modelo de avaliação selvático dos professores foi lá repescado de modo admirável. Provavelmente, foi somente graças à nossa enorme paciência e credulidade extraordinária, que o Ainda-PM não levou até agora um enorme biqueiro político no cu. Levou-o Zelaya. Pôs-se a jeito. Fez um referendo para ganhar o direito a um novo mandato. Violentou a constituição local (e quem a redigiu lá sabe do que a casa gasta). E teve o golpe higiénico que provavelmente fez por merecer. Na verdade, o mundo centro-sul-americano, incluindo cada vez mais Portugal, está a transbordar de falsos messias políticos. O Falso Messias Sócrates, cada vez que comparece no seu palco circense mediático, parlamentar ou outro, excede-se em desmesuras, em vícios de boca, em excessos de verve, em abundantes tiques tiranescos de cariz nítido centro-sul-americano. Pois está prestes a ser evacuado de esta ingénua 'democracia' plutocrática com a paciente e única elevação democrática do Voto Popular: «Zelaya foi detido pelos militares depois de ter insistido na realização de um referendo, hoje, para alterar a Constituição e poder concorrer a um novo mandato. A consulta popular foi considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional e hoje os militares foram buscar Zelaya a casa para o conduzir a uma base militar.»
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Abraço