BRASIL E PORTUGAL UNIDOS NA DEFESA
Aplauda-se este entendimento entre Portugal e Brasil no âmbito da Defesa, sem no entanto deixar de apontar toda a estranheza pelo longo distanciamento comunicativo em interesses e afinidades demasiado comuns aos mais diversos níveis, conforme atesta a ignorância recíproca denunciada da acção dos dois países nos mesmos terrenos da cooperação africana sob a Comunidade da Lusofonia. A língua é a mesma, mas o autismo e o silêncio podem conservar estanques e ignoradas acções que em vez de tornarem complementares convertem-se em redundantes ou, o que dá no mesmo, contraditórias e desarticuladas. Fica a ideia de que Portugal e Brasil podem fazer bem melhor, ser mais eficientes na complementaridade dos apoios às necessidades de Defesa nos países africanos de língua oficial portuguesa e de apoio e cooperação noutros planos por descobrir e explorar devidamente dado o seu enorme potencial: «"Observei, em Luanda, na reunião que tivemos no final de Maio, que havia uma espécie de desarticulação entre Portugal e o Brasil. O Brasil está a colaborar de um lado, Portugal do outro. Então, entendemos que devíamos fazer isso em conjunto, para não nos sobrepormos, não haver disputa nenhuma", explicou o governante brasileiro. Ainda segundo Nelson Jobim, Severiano Teixeira concordou plenamente com esta perspectiva o que levou o ministro brasileiro a entregar-lhe um documento "com tudo o que o Brasil já fez nesses países, o que está a fazer e o que pediram ao Brasil para fazer no futuro e que este está em condições de fazer".»
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