ALI KHAMENEI E O FIM DO MUNDO


A reeleição potencialmente fraudulenta de Ahmadinejad, tão contestada agora nas ruas, poderá desencadear uma inesperada revolução no Irão, caso não seja sangrentamente abafada. Enquanto o clero fanático iraniano, sob a sinistra liderança do ayataollah Ali Khamenei, علی حسینی خامنه‌ای, e o seu pequeno Querubim Negro, Mahmud, nada mais têm feito que desinscrever o seu País do concerto universal das nações, mediante um programa militar agressivo e um programa nuclear provocatório, este escrutínio representou, contra tudo isso, uma janela de oportunidade para voltar a fazer respirar o Regime, libertando-o do manto do negro luto odioso, da calúnia reles à Vida, do culto à Morte, da cegueira odienta que exala para com as Bestas que elege como Bestas. Para contestar os resultados anunciados bastaria atentar nos 85% de votantes para concluir o que isso significa quanto a um desejo de mudança. A Democracia formal existe em quase todo o lado, mas há imensos técnicos que torcem os resultados e falam em ingovernabilidade e sinais preocupantes, caso o veredicto do Povo se distancie das lógicas de Poder e Controlo dominantes sob a sua alçada. Lá como cá, não faltam engenheiros da Democracia, nostálgicos de um controlo esmagador sobre países inteiros não fosse dar-se o caso de o voto existir, ter uma voz soberana potencialmente transformadora das realidades habituais consagradas, voz tão inesperada para os hábitos conservacionistas de privilégios dos acumuladores endémicos de Poder. Tenham medo dos que, em regimes democráticos, propalam não haver alternativas ou, pior, que os políticos são todos iguais. Obviamente que não são. Pelo menos, começam por não ser e o voto existe precisamente para cortar com quem se esforça por se igualitarizar na Rapina e na Ávida Glutonaria por mais Poder. À vista desarmada, haverá dúvidas sobre a diferença entre o primeiro mandato de Cavaco e os subsequentes?! Entre o primeiro mandato de Guterres e o derradeiro?! Do mesmo modo, não há dúvidas que uma só legislatura absolutista ultraclientelar de este PS corporativo socratinesco nem deveria ter existido e há muito que deveria ter sido interrompida com mais argumentos e Razão que o grande capricho pequenino do faccioso Sampaio com o Governo intra-espinhoso e intra-desleal de Santana: «O Supremo Líder do Irão, ayatollah Ali Khamenei, apelou a todos os iranianos que apoiem o Presidente eleito, Mahmoud Ahmadinejad, ao mesmo tempo que se verificavam novos confrontos em Teerão.»

Comments

antonio ganhão said…
Gosto da forma conhecedora como abordas este assunto. Tipo professor Marcelo ou Angelo Correia...
joshua said…
Ou bem que amas a liberdade de discorrer ou não amas, António.
antonio ganhão said…
Não há paixão pela liberdade que suporte determinadas atitudes...
Daniel Santos said…
Permite-me discordar. Não do conteúdo, mas de teres partido do Irão até chegares a Portugal.
Por muito mal que estejamos não comparamos realidades totalmente diferentes.

Apesar de sermos o que somos, prefiro um Sócrates a um Ahmadinejd.
Buriti said…
Os portugueses estão viciados em olhar para o que é, esquecendo, sistematicamente, o que poderá ser.
Os portugueses apenas "gerem" o presente e recordam passado. Alguns. Os portugueses nunca conseguiram pensar em futuro. Basta olhar para a história e para aquilo que nos cerca.
Bom texto.
joshua said…
António, quais?

Daniel, deveríamos estar isentos de preferir o veneno à peçonha. Nem Sócrates nem Ahmadinejad. Ghandi! Luther King. Mandela.

Buriti, É bem verdade. Obrigado.

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