GILSON ALVES. MOBBING. GREVE.

Por muito embaraçosas que sejam para a direcção clínica e a administração do Hospital de S. João, no Porto, as tomadas de posição do médico Gilson Alves, não há dúvida que ser-se escutado e compreendido ainda não perdeu o seu valor. Alguma coisa de bom para o sistema advirá de esse processo de se fazer escutar e atender devidamente, desde logo pela grande Opinião Pública e logo com uma Greve de Fome iniciada. Creio bem que a emergência de administrações muito personalizadas (nas Escolas, nos Hospitais), menos colegiais, e, portanto, bem menos passíveis à sensibilização humanísta e ainda menos a uma permeabilidade e basculação para com casos laborais concretos é algo que, por tender a penalizar excessivamente quem trabalha, pode jogar contra a eficiência global dos sistemas. Ora, foi esse o caminho seguido recentemente na aparente reforma 'cultural' da Administração Pública aos mais diversos níveis, a qual visou comprimir os direitos e optimisticamente conservar ou ampliar os mesmos índices de exigência ou de motivação. Acontece que a pessoa humana acaba por ser o centro de tudo e não quaisquer outros critérios secundários e por isso, quando isoladamente alguém protesta por sentir exorbitados os limites do que se lhe exige, para isso acedendo à visibilidade no plano bem alargado que tecnologia media, os efeitos podem ser paradoxalmente regeneradores. É muitas vezes contra esses efeitos que se inventam sigilos abusivos de serviço, votos de lealdade colegial obrigatória à sombra dos quais tudo pode ser perpetrado, incluindo grandes opressões secretas pelos processos e relações de poder. Cabe a cada qual observar onde começam e acabam as razões do médico Gilson e onde começam e acabam as da direcção clínica e da administração. A verdade definitiva e mais ou menos salomónica não poderá andar muito longe: «Um médico interno do Hospital de S. João, no Porto, está em greve de fome num gabinete dentro do serviço, que será transmitida em directo pela internet. Gilson Alves diz que é "o último recurso" perante a perseguição e prática de mobbing (violência laboral) de que diz estar a ser alvo por parte da direcção clínica e da administração.»

Comments

Anonymous said…
Apesar de compreender a mensagem no que toca às prováveis desvantagens e inconvenientes de algumas reformas administrativas, este caso é tudo menos ilustrativo. Quando se levantar o véu, não gostava que comentários razoáveis sobre o lado negro de algumas administrações fossem varridos por serem alicerçados no caso deste indivíduo.

Continuações de um blog excepcional.
comment que deixei em anabelapmatiasblog sobre gilson médico:
A centro paroquial de gondar e seus responsáveis de blogue (que frequento) deixo endereço de sítio onde vídeo de tal médico de nome gilson alves e que só tem por arma a net é:
http://joshuaquim7.blogspot.com/2009/06/gilson-alves-mobbing-greve.html
bjn anabela as lutas são hoje muitas e mesmo «em repouso» como escrevia Paulo não descansamos nem noite nem dia!

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