NEDA AGHA-SOLTAN E O REGIME MORTO
Pode dizer-se que por muito que o Regime Ditatorial iraniano riposte e reprima, pode ser já imparável a revolução popular no Irão, uma vez que a ira das gentes que enche as ruas tem os seus limites de contemporização e conformismo. Graças à tecnologia de informação, por telemóvel e acesso à Internet, contornando as barreiras da Censura, quase nada escapa ao conhecimento internacional e, portanto, à censura moral do mundo livre. Ahmadinejad e os seus mentores têm cada vez menos espaço de manobra para justificar-se ao ponto de ser possível a muitos resistentes sonhar com efeitos duradouros, desanuviamento na guerra civil no terreno, reforma e libertação dos costumes naquela-pseudo-democracia. A morte de Neda Agha-Soltan parece estar a transformar-se numa bandeira e num símbolo irresistível de resistência redobrada. Pode-se pensar também que a eleição de Obama e o seu novo discurso humanista de negociação próxima, conciliatória e leal para com o Islão como o grande furo no balão de ódio anti-americano de que este regime teocrático vive: «"Devemos homenagear a coragem e dignidade do povo iraniano, e a abertura notável que está a acontecer dentro da sociedade iraniana. E lamentamos a violência contra civis inocentes, aconteça onde aconteça", disse Obama.» Não é qualquer um que apresenta uma palavra conciliatória e pacífica tão firme, estimulante e eficiente, corroendo as razões para o ódio e revertendo-o contra quem dele depende para se auto-justificar. Vimos este tipo de fenómeno com a grandeza moral e a palavra cirúrgica de João Paulo II com o consequente desmoronamento do Império Soviético e da Cortina de Ferro como um castelo de cartas. Espermos ver qualquer coisa de equivalente por um Irão Laico como a Turquia, respeitável e integrado plenamente na grande família das Nações: «O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou a expulsão de dois diplomatas iranianos do Reino Unido, em resposta a uma decisão de Teerão de expulsar dois diplomatas britânicos do Irão na segunda-feira. Entrentanto, o Presidente dos EUA elogiou a "a coragem" dos manifestantes iranianos e o pediu mais dias para receber queixas sobre as eleições de 12 de Junho.»
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