COMPÊNDIO DE FRASES ASNAS
Seria bom que a Crise e a Recessão estivessem perto do fim, mas isso não corresponde minimamente à verdade e muito menos à verdade amarga com que Portugal se tem de confrontar e que o Filipe resume muitíssimo bem, como sempre. Nem sequer nos ajuda que o Governo regresse com o seu optimismo irrealístico colado a frases fáceis que só reformados milionários do Regime, os seus avençados de luxo, aristocracia do favor e da dependência do Poder, podem sentir, nunca os esmifrados, os desempregados, os pobres portugueses cada vez mais pobres. Mesmo que os índices de confiança tenham crescido, isso não representa nada de substancial, no capítulo da esperança, nem é começo de cura séria dos males profundos de que enferma a nossa economia tão profundamente endividada como há cem anos. De resto, na euforia sazonal do Verão tudo é possível para enganar a fome e a realidade. Aí, o ilusório aliena-se com acrescido ilusório. A par dos favores de boca ao Governo por parte do Banco de Portugal, entidade que, com Constâncio-ventosa, branqueia os números, os índices e o discurso governamentais, INE e a quem quer que o Governo se recorde de recorrer farão o mesmo frete farsolas que algumas empresas de sondagens faziam ao mesmo Governo-PS antes das Europeias. Esticavam-lhe as intenções criando espectativas erróneas e desmobilizadoras. Não era bem melhor, mais verdadeiro, mais límpido, abandonar Teixeira dos Santos esse compêndio de frases asnas, frases-flop, frases-pífias (magna colecção da legislatura socratinesca) e ficar bem caladinho enquanto continuamos a deslocar-nos para lado nenhum?!: «Em declarações à RTP, Teixeira dos Santos lembrou que a crise, antes de se acentuar, “começou com uma deterioração muito significativa dos índices de confiança. Os novos dados são “sinais de que estamos a chegar ao fim” da recessão, disse.»
Comments
Em calhando era disso que falava o ministro!
ainda estou para perceber como raio é que é possível alimentar um tão amargo desprezo pelo Sócrates e por este último Governo. Convirá, com certeza, que terá tido - no meio de muitos erros, é certo - algumas boas medidas, com um impacto que só poderemos, talvez, avaliar daqui a alguns anos e que terá sido, como sabemos, claramente destabilizado pela crise mundial que atravessamos.
Deixar o rancor extremo (fundado?) permear a sua, de outro modo elegante - se não excessivamente ornada - escrita, e o seu raciocínio de nada servirá ao seu combate político (?!) e apenas o incluirá, bem temo, nas hordas dos imbecis inatos e dos acometidos por graves ataques de clubite.
Não presumo ensinar-lhe nada, repare. Digo-lhe isto apenas como leitor. E concidadão.