CONSTÂNCIO, ASQUEROSA SUFICIÊNCIA
Quem acompanhou ontem a declaração estratosferana do Governador, pôde detectar-lhe um nervoso na voz cuja explicação é simples. O seu cargo, sinecura dourada e inútil, está com os dias contados. A devassa da Comissão de Inquérito ao Sistema Bancário foi séria, exaustiva, competente, um belíssimo trabalho de equipa num Regime em tudo o mais descredibilizado. De esse trabalho deveria resultar um conjunto de consequências límpidas. Dias Loureiro seria preso ou de alguma forma punido por mentir, pela amnésia selectiva em sinal de insolência por quem nos defende e representa na Comissão. O Governador do BdP anunciaria total e completo desprendimento do cargo. O que toda a gente percebe é que o cargo tem sido axial pelas piores razões. Útil para não ver. Útil para falhar. Útil para servir todos os propósitos por omissão ou negligência e é assim que as eminências pardas do Regime querem que continue, convencidos de que a soberania popular não se exerce, que a percepção dos Cidadãos e da Opinião Pública é para rasgar e sucumbir ao Poder Sujo do Dinheiro e da Loja Maçónica imbricado e larvar na 'democracia'. Esses tempos estão a acabar. Ou acabam suavemente. Ou com grandes passes de sangue. Digo-o em nome da fome que vejo. Louçã acerta em cheio no problema: «"Se não fosse o Parlamento, por uma vez, a fazer uma investigação sobre um banco em que os administradores entravam pela porta dentro com sacos abertos para os encher de dinheiro e saíam porta fora, nada se saberia de um dos maiores escândalos financeiros da história portuguesa", sublinhou Louçã.»
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