O PCP E O REGIME

O PCP faz sentido quando a Corrupção atira com Portugal para a valeta. Dizem que nada têm tido a ver com ela. E é verdade. O fogo fátuo da narrativa comunista baixa de volume e de intenções de voto assim que a sociedade se organiza, se acalma e se faz mais justa nos salários, no emprego, no bem-estar. Bastarão desempenhos formidáveis na nossa Economia, bons sinais e boas notícias, mês após mês, bastará a justa homologação da nossa vida laboral e económica à dos países mais competitivos e prósperos da Europa e o PCP esvazia o tesão protestatório: na Suécia e na Noruega, por exemplo, não é preciso o cenho sisudo e grave do nosso PCP, a sua falta de humor ou gravitas política, a grande toada dolente e trágica dos grandes pretextos para se zangarem. Ali bastam sindicatos e patronatos construtivos, federadores, do lado da riqueza e não dos direitos a ela antes dela o ser, sem ela, para além dela, como cá, tiques do PREC e das grandes expropriações desastrosas e desastrosas nacionalizações. Num Estado carcomido de corrupção e injustiça crassa, como o nosso, o PCP faz todo o sentido antes de eleições. Sob eleições, o PCP perde sempre com grandes vitórias de décimas em comparação com eleições passadas homólogas. A verdade é que há um reduto de protesto, de patriotismo, de ética, no PCP, valores que foram desbaratados pelos partidos do alterne do Poder, na sua avidez, incompetência e dano ao País. O velho dinossauro europeu PCP, o grande resistente à pátina da História e das suas avaliações europeias, terá saúde e muitos anos pela frente, como reduto do nosso descontentamento, enquanto os partidos do poder continuarem a acertar na dose e na receita das sucessivas desgraças políticas e nos escândalos e vergonhas em que nos têm mergulhado. Dir-se-ia que esta crise e esta pré-falência nacionais são a última oportunidade para o Bloco Central se Ajustar ao Severo Juízo que a História e as Gerações querem e podem fazer. Se eu fosse Passos, Portas e Seguro, não perderia a oportunidade.

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