INDÓMITO IMPLUME AMUADO
Indómita, minha querida, corroborando a ideia do Alf,
de facto compareces providencial e a tua voz mesmo esparsa gera saudade,
se ausente, e reconforto, mal ressoa.
lkj
O António tem sido uma tentação permanente para mim,
uma provocação insistente por que eu me concretize vincadamente no Literário
e eu tenho sido um grande resistente das suas invectivas
e mesmo essa minha resistência,
sendo uma espécie de mistério para mim de tão irracional e complicativa,
parece que aponta, como um íman,
para o Norte precisamente das provocações e reptos antonianos.
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Às vezes, parece que nos magoamos,
mas ambos, tenho a certeza!, manejamos os limites da palavra endurecida
como se manejam os punhais de desvendar as vísceras profundas
do afecto e da raiva, tão interligadas desde sempre como os tendões na carne.
Por isso, dou por mim a meditar profundamente,
apesar da minha hora de chumbo,
em o que perderia eu ao caminhar o itenerário temático e volumétrico
das propostas do António e ele já concretizou uma.
lkj
Por que lhe resisto eu, se sei bem que o que ele visa
é um amadurecimente consciencializado do acto arquitectónico
da nossa expressão escrita rumo à obra consumada e publicada,
física, meta de ambos?! E até agora, o António foi o único ser humano
que a esse ponto me provocou obstinada e ferozmente.
lkj
Não sei. A tentação permanece.
Sou-lhe sensível e há momentos em que me apetece em frémitos vir ao PC
garatujar sobre as téclas, aqui no Implume,
um «Sim, António, aqui me tens. Molda-me lá.
Miniscentiza-me, leva-me pelo teu caminho de recusa da morte e da preguiça
enquanto escorreito discurso só fácil, só fluente, só prazer,
mas que nunca se torna obra e nunca se consolida consistentemente
também em papel folheável, em livro, em coisa tridimensional.
lkj
Ser-te-ei dócil na minha bestialidade bruta reptílica.
Se me deres nos colhões, eu acerto-te no estômago,
e estaremos juntos, justa e justificadissimamente juntos,
nisto, porque tu o queres e eu o quero.»
lkj
É então que mudo uma fralda, reparo na passarada cagaçalando
no meu quintal e jardim, sinto os odores primaveris
despertando-me o pasmo interior que me remete a vogar livre e alheado
e então adio essa prontidão de ímpeto.
lkj
Mas, Indómita, o António é um guerreiro.
Eu atiro-lhe com as minhas armas e os meus lixos de rebeldia
e recusa culpada e remordida e ele, por sua vez, suportando-os por inteiro,
fica hirto, à distância conveniente,
aproveitando a abertura do meu flanco,
para ferir-mo com um golpe certeiro e isolado,
retraindo-se depois para repetir a sua arte de combater
as vezes que forem necessárias.
lkj
Ulteriormente, não é que eu não o engula e regurgite e vença,
mas ele é um Clint Eastwood nestas coisas e o nosso combate um Eterno Retorno,
Eterno Recontro e tudo recomeça, portanto, numa vã glória de morrer.
É precisamente por isso que aqui regresso
para te escrebeijar e para a ele me redirigir obliquamente
porque, nesta irmandade fogosa pelo Literário,
eu o amo odiosamente,
para perplexidade dos que cá venham espreitar
em que pé está de Ping este Pong.
Comments
Resumindo, estou triste e frustrada e furiosa, a coisa pior que existe é sentirmo-nos inuteis!
Dá-lhe com alma meu amigo Rex eu necessito e estou a pedir com jeitinho ;)
Tu que desapareces do mapa e te dedicas a ler a elite alternadeira blogosférica, que todos os dias se vende em centenas de visitas.
Tu que escrevestes contra a elite, contra aqueles que se esfregam uns aos outros.
Tu que criastes um blogue que demora para caralho a carregar.
Tu que fostes festejar a vitoria do FCP.
Por onde andas ?