POEMA DISSOLVENTE
Todos os blogues analisam a Política, puta que os pariu!,
tão bons a analisar Política: tão bons, mas tão bons,
que me despertam excesso, vómito, estar longe, umas tonturas de problemas tiroidais.
Não dizem um palavrão. Não saem das marcas. Não cometem pecados nem excessos.
Em vez de caralho digitam todos c*****. Em vez de foda-se, digitam f****.
Que país tão delicado, Meu Deus! Só Tu me entendes.
Eu perco logo metade das audiências quando
ouso grafar caralho, mas um caralho sincero, vindo das minhas tripas
ou quando ousei exclamar foda-se e foder,
mas com toda a raiva e ressentimento e ódio genuínos,
vindos directamente do meu bolso vazio e da minha indignação
com os Corruptos e Mentirosos que se atrevem a sorrir para as câmeras.
Meu Deus, só Tu me entendes. Os seres humanos são pudicos e moralistas
e por isso mesmo perdem o melhor da vida.
Parte do melhor da vida deveria ser, para eles, lerem-me a fundo e amarem-me tal como sou.
lkj
Não sirvo para me manter popular. Não domino essa arte magistral.
Nunca serei popular e se alguma vez for popular será precisamente a popularidade de ser impopular, que é a popularidade que me interessa.
Tenho demasiado sofrimento e insatisfação para ser popular como o Nuno Markl
e as suas gargalhadas secas e despropositais.
As máscaras, sim, essas máscaras equilibradas e contidas gerais,
que nunca fazem inimigos como eu (sou muito bom a fazer amigos e a fazer inimigos!)
de blogues equilibrados e contidos, esses, sim, serão!,
são já populares.
lkj
De resto, no que toca à análise Política,
fica-se abismado como todas as mentes que blogam
evidenciam um tão apurado sentido de análise
e de humor no tratamento do momento crítico do PSD e da Política em geral, a Puta!,
ou na observação da sofreguidão-PS
em escapar à ira futura do voto lúcido no BE e no PCP,
(oxalá cresçam e se afirmem! Só falta ao PCP abjurar dos Camaradas Pulhas das Farc
e seriam logo mais cem mil votos! Eu gosto de partidos de Direita como o BE e o PCP!)
coisa, votar!, que farei com triplo prazer,
mal me dêem a respectiva oportunidade constitucional
de assim me vingar ardorosamente
desta Merda que me fizeram pessoalissimamente a mim e só a mim.
Toda a gente, aliás, é excepcionalmente interessante a escrevinhar sobre Política.
São blogues aos pontapés, que nojo!, só sobre esse conteúdo aflitivo e inerte e inútil,
de importância vital para a Sociedade como a compostagem dos lixos.
lkj
Pois até eu, cobardemente, ociosamente,
tenho desperdiçado o meu infinito,
e cada vez mais reconhecido!, talento
nesse desporto iníquo que é comentar a Política, do que me arrependo:
tenho sido um esbanjador de verbo e de postas originais sobre Política, caro leitor,
pelo que te peço perdão. Perdoas-me?
Tanto texto acumulado acerca dos Perdidos da Vida,
da Magreza da TóxicoManuelaDependente que me diz que vai ser internada
naquelas petas para meter assunto e atrair melhores moedas para a dose!
Tantas notas tiradas sobre o Arrumador e as suas tácticas de sucesso
a extorquir dinheiro a quem estaciona,
e os clientes do Pub que se comportam como Cabrões Gratuitos para comigo, raros que sejam!,
para agora deitar tudo a perder com a Puta da Política?!
çlkj
A Política, a Cabra, a Grande Filha da Puta, a Grande Prostituta de Abril,
da Mentira Praticada e Confessada de Abril, não me merece uma só gota de génio.
lkj
Mas para quê, caro, caríssimo leitor, delicioso leitor das minhas Palavras Sáurias?
Para que me vens tu ler com fidelidade as minhas acrobacias linguísticas sobre Política?
Não tens tu Marcelo? Não tens tu o Pacheco, tão Papal em tudo
absolutamente ao Lado da Realidade escolhida, votada e plebiscitada,
pirraça da democracia à intelectualidade Papal do Pacheco?
Não escreve o João Gonçaves, como um Ácido Famoso, sobre a Política e os Políticos
naquela raiva compreensível não por quaisquer comissões,
mas porventura pelo lugar de conselheiro
ou pela posição de relevo co-decisória que justamente sente merecer?
Não sabes que isso, sim, é que é análise e acerto?
lkj
Eu sei. É uma ânsia de rir. Eu sei. Por isso me visitas.
É para isso que se escreve sobre Política
e se dizem coisas infinitamente inteligentes sobre Política
que 1598 visitadores hão-de vir papar adorativamente num só blogue?
É o prazer e o sonho das audiências.
E deixa-me dizer-te que com essa brincadeira da Política as tive, às audiências.
Ultrapassei com essa brincadeira de comentar Política
a fasquia simbólica dos 250 visitantes/dia durante muitos dias.
Andei entusiasmado: eia, uau, viva! Nem dormia de noite.
Nem tinha vontade de me alimentar.
A excitação era tanta que mal cagava
ao tocar da campainha biológica de ter de cagar.
Mas depois de toda esta festa de ser visitado e aparentemente popular
tive de descansar.
Não se pode ser imensamente produtivo e genial e popular
sem que se estourem alguns neurónios de fadiga e sem que se perceba,
como muito bem notou uma das minhas irmãs,
que esta merda não me paga,
não me permite sobreviver para que tanto se lhe dedique a minha pessoa utópica.
lkj
E eu até fui um precursor no uso do Twingly, usei-o com ampla vantagem primeiro,
antes que muitos ou que todos que se portaram como aqueles animais
que esperam que um primeiro
dê a dentada/bicada inaugural na carniça duvidosamente morta
antes de se sentirem seguros e avançarem em bando/matilha.
Fui dos primeiros até que se vulgarizasse inteiramente como agora.
Tal como eu então, todos querem ser os pulgões na haste verde da popularidade
e do sucesso visitacional nos seus blogues. Por isso fazem piruetas,
e fazem palhaçadas verbais com cores garridas e vistosas
e grandes títulos imperdíveis
e grandes e racionais discursos muito compenetrados e competentes = a zero.
O Twingly é hoje usado e abusado por todos os bloggers sequiosos,
como eu então, de aumentar as audiências.
lkj
Mas é um logro.
Nada como a parcimónia em tudo,
menos em sexo e em atenção paternal aos nossos filhos.
A febre passou-me. Passou-me essa deriva ilusória por coisa nenhuma.
Foi o milagre de 120 minutos = 10 Km de esteira,
numa caminhada em bom rítmo,
imensa transpiração e um bom duche depois
para concluir que não vale nada a pena fadigas por popularidade.
Não vale a pena enchamerdear o meu blogue com publicidade se não sou o Obvious.
Não paga? Não vale a pena.
Não vale a pena desperdiçar talento excelente em links mil-twingly sobre Política
ou sobre os Prada que o PM usa como cuecas e as pequeninas coisas originais
que se podem escrever sobre tudo com ampla popularidade:
a beleza de Ana Drago e de como é sexy na sua pronúncia sexy sobre Desemprego e Ambiente.
Ou a pose hirta, cavaquiana, militar de Ferreira Leite
empurrada para ser líder, mas sem vontadinha nenhuma
porque toda a vontadinha é Rio/Pacheco.
Isto não é uma posta sobre o PSD. Isto não tem nada a ver com o PSD.
Isto é o meu basta de falar de Política e dos Políticos!
Todos infelizmente temos muunta fraca memória! Muunta!
E chega! Chega! Chega!
Comments
Continuo a ler-te. Delicio-me com o estilo mas amargura-me o teu sofrimento e o teu pessimismo.
Um abraço,
António Mata