PUTATIVA HORA-THATCHER

O sinistro Rui Rio, espécie de sósia de Sócrates,
a não ser no excedente de honestidade e seriedade em números
e, no restante, fria discrição,
apoia Manuela Ferreira Leite e esta, aparentemente,
vai para a sua putativa Hora-Thatcher. Ou pseudo-Thatcher.
E vai a medo, empurrada, num empurrar artificial e forçado,
mesmo que federados os seus esperados apoios sine quibus non.
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Nem por isso deixará de ser este um Partido Ambíguo,
no seu Programa Vazio, dissociado da Sociedade e da Realidade do Tempo,
um Partido com os seus complexos de Édipo e de Electra,
com os seus múltiplos conspiradores silenciosos-todos
ou tagarelas-Pacheco, submersos naquele prazer requintado e assoberbado
por quanto-mais-Pathos-melhor.
O Pathos no PSD vicia e e tornou-se habitual.
Limita-se a concorrer com o de outras novelas:
a novela Esmeralda; a novela Maddie; a novela Jardim-Sócrates.
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Não havendo Programa, mas só a paixão furiosa da disputa da liderança
e as outras baixas paixões humanas sem Ideologia, Causa ou Finalidade,
mas com eternas contas para ajustar
todos os homens honestos do Partido amamentaram até ao momento
uma imensa vontade de matar César
e não fora César pôr-se a jeito,
(o Marcus Tullius Cícero das Philippicae, que me perdoe a tosca paráfrase),
não haveria arte, coragem ou oportunidade que lhes chegasse.
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E, para mim, este hipotético avançar agora da Manuela Ferreira Leite
é um avançar para a prancha da amurada do Convés-este-Partido,
com a ponta de um florete amigável ameaçando cravar-se-lhe nas costas.