ORTOGRAFIA: SEM AUTORIZAÇÃO PARA MEXER
Aos políticos se recomenda
que deixem em paz a ortografia da Língua Portuguesa,
abstenham-se de mexer no que não podem nem devem decretar.
Aos políticos e burocratas, repito, quer de um lado, quer do outro do Oceano,
larguem a Ortografia da Língua Portuguesa.
lkj
A Língua Portuguesa é uma escrita fonética do lado de lá sempre a recriar-se.
A Língua Portuguesa é uma escrita etimológica de lado de cá,
sempre a rememoriar-se e a remeter-se ao Grego e ao Latim.
Quando muito, criem um Ortografês Internacional Harmonizado da Língua Portuguesa
para a ONU, para o Parlamento Europeu e outras instituições internacionais,
mas deixem-nos as ortografias já convencionadas em paz.
lkj
Precisamos, em Portugal, de algumas consoantes mudas
porque as dizemos e elas nos remetem para os ricos étimos originários do Latim:
pacto aqui é pacto, mas lá, Brasil, é 'páquito'.
pneu aqui é pneu, mas lá é 'pinêu',
facto aqui é facto, mas lá seria 'fáquito', por isso homografam fato = evidência / fato = vestuário.
Que tal ir até ao extremo no Acordo Ortográfico e grafar assim,
conforme se diz 'pinêu'?
Nem pensar nisso, não é?, seria absurdo e irreconhecível, não é?!
Então deixem o Ortografês do Português ao seu vôo lá e cá.
A Língua expressa na ortografia é bem mais que percentagens lexicais
e está além das quantificações casuais:
é uma entidade a aprofundar e a exercer competentemente e saboreadamente
ao longo da vida e já basta os maus tratos lá e cá infligidos.
lkj
Tenho phobia a que me mexam na Ortografia da Língua e conspirarei,
poetographando à maneira pré-pessoana, se ousarem mexer-lhe.
Puncto Final e tenho dicto!
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