CREIO NUM SÓ RODRIGUES
A ficção de Rodrigues dos Santos, com todo o respeito que me merece o jornalista e meu parcialmente conterrâneo, concita-me tanto interesse como a caça aos gambuzinos. Isto porque, para mim, há uma espessa incomparabilidade entre, por exemplo, o meu adorado, fabuloso e intrincado Umberto Eco e o nosso humilde e comercial Dan Brown português como entre Hegel e a revista Caras. O sucesso não é tudo. Rodrigues tem sucesso no planeta? Tem. Mas não tem credibilidade académica reconhecida para refutar ou afirmar seja o que for em matéria de teologia. Não compreendo por isso mesmo que casta de asnos [SNPC] da Igreja-Católica-que-eu-sou-também, se atravessa completamente para cair no ridículo ao relevar nada mais que velhas manobras promocionais assentes em pressupostos de pseudo-credibilidade estudiosa e sob frases sonantes como «fontes religiosas e informações históricas e científicas» a fim de, a esta distância e tanta história transcorrida, ter uma palavra ficcional definitiva sobre «a verdadeira identidade de Jesus Cristo». Recorda-me o conto tradicional português A Gaita Milagrosa. O homem da gaita é JRS. O homem da louça partida é a Igreja, mas também o juiz e a mãe entrevada do juiz.
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consta que pôncio se banhou na água das suas 'fontes'
Mas não é mau rapaz o Rodrigues. Viveu anos na minha freguesia e está-lhe grato.