NOVO SUBSÍDIO PARA PERCEBER FILHOS DA PUTA

O que é um filho da puta? Torna-se complicado definir, dadas as suas tão subtis matizes, mas vou tentar explicar a propósito dos que atacam Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, no caso que o arrola. Perante o facto de acumular ao vencimento do cargo (4240 euros) mais 1400 euros por mês a título de subsídio de alojamento, dá-nos direito a indignação. Acontece que aqueles que se indignam selectivamente não podem emitir um gemido sobre esse assunto. Não devem pronunciar uma frase. Não lhes assiste escrever uma só vírgula sequer. Quando os marajás, os prevaricadores, são do seu clube, quando a trucidação da lei parte dos seus e nada se diz, nenhuma lei se recorda, os que assim calam, são, só podem ser, filhos da puta. Selectivos filhos da puta. Porque recordam-se as leis, desde que só para aplicar aos outros. Por exemplo, a lei é de 1980 que abrange titulares de cargos políticos que não têm residência permanente em Lisboa ou num raio de cem quilómetros só serve como lei se devidamente arremessável ao adversário, mas não é chamada se violada por um dos do clube. Agora, sobre Macedo, os filhos da puta sabem tudo. Sabem que tem duas casas: uma em Braga, cidade onde nasceu, outra em Algés, onde reside em permanência e sabem que um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, exarado em 1990 fixou a doutrina de que Lisboa é sempre «uma residência ocasional» para os membros do Governo, pois Lisboa é o sítio onde «exercem funções governativas que, por natureza, são temporárias em sociedades democráticas». Os filhos da puta sabem tudo selectivamente e depois, como não têm moral, só ânus e estômago, os filhos da puta recordam-se de ser solidários e hipocritamente de esquerda e perguntam: «Então o corte de 14,8% no rendimento anual bruto dos pensionistas, funcionários públicos e trabalhadores do sector empresarial do Estado serve para sustentar marajás?» Claro que serve. Os marajás do PS. Se forem os marajás do PSD, o corte não serve para os sustentar. Finalmente, os filhos da puta, porque não têm qualquer vergonha nos cornos anónimos, dão-se ares de civilizados num país muito pouco civilizado e sugerem que Macedo se demita ou seja demitido, selectivamente esquecidos da falta de consequências ou de correcção de percurso em seis anos de falta de vergonha socratista, nos quais ninguém era demitido nem se demitia. Macedo só tem um caminho: corrigir o tiro. Apenas para amansar os filhos da puta selectivos, sempre raivosos com os outros e magnanimamente complacentes consigo e com os seus. São filhos da puta e os filhos da puta são isentos como as hemorróidas.

Comments

Anonymous said…
Ao lê-lo fica-me uma interrogação, estará o Joaquim a chamar filhos da puta, também, aos que se indignam porque acham que o ministro Miguel Macedo deveria rejeitar o subsídio?
Se a resposta for afirmativa estará a mal tratar as mães da maioria dos portugueses, de esquerda e direita.
Acharia, eu, normal que o Joaquim Santos se indignasse por a sua classe profissional não beneficiar da mesma benesse, mas não, a ideia é tão só atacar quem alerta para uma irregularidade.
Parece até que espera, da parte deste governo, mudanças positivas para os professores, como está enganado.
joshua said…
Não. Só aos que são selectivos. Eu também me indigno. E já escrevi o que penso: http://joshuaquim7.blogspot.com/2011/10/quando-macedo-nos-macera.html
Guido Brunetti said…
Será que são filhos da puta por mérito próprio ou ...?
Esses filhos da puta já se terão esquecido da Medeiros?
Nenhuma das perguntas justifica o comportamento de Miguel Macedo.
Guido Brunetti said…
Será que são filhos da puta por mérito próprio ou ...?
Esses filhos da puta já se esqueceram da Medeiros?
As perguntas não justificam o comportamento do Macedo

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