EQUIDISTÂNCIA CAVAQUISTÂNICA

Sempre pensei que o Presidente da República se calava de mais em relação ao anterior Governo. Hoje resolveu cantar de galo a propósito das medidas previstas na proposta de Orçamento do Estado para 2012: coloca-se assim ao nível dos grandes diagnosticadores impotentes da nossa situação e detractores das medidas governamentais, como Louçã, Carvalho da Silva, Proença ou Jerónimo. Portugal endividou-se sem limites no médio e no longo prazo e ao longo de apenas seis anos cavou um défice continuado das contas externas. A julgar pela esperteza a saquear revelada no processo Cova da Beira, o que se fez a Portugal é digno de forca. Por isso encontra-se o Estado Português com o crédito racionado e observa-se uma transferência massiva de activos das mãos de nacionais para as mãos de estrangeiros. Como é que se ajusta a nossa realidade e se sai do ciclo infernal? Contendo a despesa das famílias, das empresas e do Estado. Por causa da acção nefasta do socratismo, o nosso ajustamento é agora brutal. Foi o anterior Governo que levou ao desequilíbrio e se há uma acusação a fazer-se ela terá de recair especialmente sobre um Primeiro-Ministro e uma política cuja acção não exerceu qualquer exemplo e alerta relativamente à evolução do País e dos seus índices irrealistas de consumo: o Estado consumiu e desbaratou com laivos de loucura, numa deriva infrene. Cavaco fala e volta a falhar. Ou diz a menos ou diz a mais, como sibila acima dos Governos e acima de tudo o que pensa e decide. Após o fuzilamento socratista das contas públicas, resta a travessia do deserto, gravosos e injustos sacrifícios e só o Governo saberá como dobrar este cabo tormentoso.

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